O tenista espanhol Rafael Nadal superou hoje o “court” Suzanne Lenglen, o anoitecer e as estatísticas, para vencer o finalista derrotado de 2013, o seu amigo David Ferrer, e marcar encontro com Andy Murray nas meias-finais de Roland Garros.
Relegado para o “court” secundário do complexo do Bois de Boulogne, o número um mundial permaneceu indiferente à polémica e ao mito de que aí terminaria o seu reinado em Roland Garros e repetiu o resultado do ano passado, derrotando David Ferrer para somar a sua 64.ª vitória em 65 encontros em Paris.
Depois de mostrar debilidade no “set” inicial, que perdeu por 6-4, Rafa voltou ao seu melhor nível para fechar os quartos de final com uns esclarecedores 6-4, 6-0 e 6-1, ao conquistar 13 dos últimos 14 jogos.
“Quando se joga com o David, em qualquer superfície, é sempre difícil. Ele está a fazer uma ótima época, mas hoje fui mais agressivo depois do primeiro ‘set’ e, provavelmente, ele não esteve no seu melhor à medida que o encontro progrediu”, analisou o oito vezes campeão em Paris, que tinha perdido o último duelo entre os dois, em Monte Carlo, em abril.
Com o encontro a começar três horas depois do previsto devido à chuva, Nadal pareceu desconcentrado pela possibilidade de ver o seu encontro prolongar-se para quinta-feira, o dia de descanso previsto no calendário antes das meias-finais.
Mas depois de perder um primeiro parcial muito disputado e com pontos espetaculares, no qual o veterano Ferrer quebrou o serviço do compatriota com “winners” irrepreensíveis para fazer o 6-4, Nadal voltou a acertar a sua pontaria para fazer o único “break” do segundo “set” frente ao homem a quem permitiu apenas oito jogos na final de 2013.
Já com a noite a abater-se sobre Paris, o primeiro cabeça de série fez do encontro uma corrida contra o tempo, quebrando o serviço do quinto jogador mundial por três vezes para encerrar o parcial com um 6-0.
A série de jogos conquistados pelo número um mundial só terminou aos 3-0 do quarto “set”, quando Ferrer finalmente fez um jogo, o único até ao final do encontro.
“Rafa” tem agora 64 triunfos na terra batida de Roland Garros, contra apenas uma derrota, mantendo-se na rota do seu nono título, o quinto de forma consecutiva, um feito que seria novo recorde.
Na meia-final, Nadal vai encontrar um velho conhecido, o britânico Andy Murray, que derrotou o francês Gael Monfils, por 6-4, 6-1, 4-6, 1-6 e 6-0.
O sétimo cabeça de série ativou o modo “expresso” para vencer o último parcial em apenas 24 minutos, diante de um Philippe Chatrier lotado e praticamente às escuras, já que o relógio marcava 21:40 horas (20:40 em Lisboa).
“Foi muito difícil estar no ‘court’. As condições estavam muito complicadas, muito vento, e ele move-se muito bem, provavelmente melhor do que qualquer outra pessoa no circuito”, disse Murray.
O escocês, campeão de Wimbledon em 2013, só por uma vez atingiu as meias-finais de Roland Garros, mais precisamente em 2011, quando perdeu com Nadal
“Ele tem grandes memórias neste ‘court’, brincou Murray, referindo-se ao seu rival na próxima ronda.
Com este triunfo, o número sete mundial tornou-se o britânico com mais presenças nas meias-finais de torneios de Grand Slam. Murray tem agora 14 presenças, mais uma do que Fred Perry.