O japonês Kei Nishikori continua em "estado de graça" no US Open em ténis e é o primeiro finalista do torneio, depois de bater hoje o sérvio Novak Djokovic, atual número um do mundo.

O nipónico, 11.º do ranking ATP, brilhou no "court" do Arthur Ashe Stadium, em Nova Iorque, e superou o favorito em quatro "sets", com os parciais de 6-4, 1-6, 7-6 (7/5) e 6-3, tornando-se assim o primeiro asiático a chegar a uma final masculina de Grand Slam.

Desta vez nem precisou de "maratonas" tão longas como contra Milos Raonic e o suíço Stan Wawrinka, impondo-se em duas horas e 52 minutos de jogo, e agora só tem de esperar que termine o encontro entre o suíço Roger Federer e o croata Marin Cilic para saber quem é o seu adversário de segunda-feira.

"Não sei o que se está a passar. Estava um pouco à justa [fisicamente], especialmente porque era a minha primeira meia-final [num torneio do Grand Slam], mas é uma sensação fantástica vencer o número um", afirmou o japonês. "As condições foram difíceis, estava um pouco carregado e húmido, mas acho que gosto de encontos longos", completou.

Tirando o segundo “set”, em que Djokovic "cilindrou" por 6-1, Nishikori soube bem tirar partido da sua excelente forma física a que se juntou um número invulgar de erros não forçados do sérvio (35).

"Não era eu", justificou Djokovic, negando que a gravidez da sua mulher tenha interferido com a sua preparação. "Tive toda a minha dedidacção, tudo direcionado para este US Open. Tendei dar o meu melhor e dei. Agora, o meu melhor hoje não esteve onde eu queria", acrescentou.

O desgaste dos encontros dos dias anteriores e a humidade com que se jogou não pareceram afetar muito Nishikori, que já tinha feito história ao ser o primeiro japonês numa meia-final de Grand Slam desde 1933.

No final do encontro, Nishikori fez questão de agradecer expressamente o trabalho do seu atual treinador, Michael Chang, o norte-americano de ascendência chinesa que ganhou Roland Garros em 1989 e que foi finalista do US Open em 1996.

Nishikori conseguiu três "breaks" no primeiro set, mostrando logo aí as fragilidades de Djokovic. No terceiro "set" tudo se decidiu com o desempate, que visivelmente quebrou o ânimo do sérvio, menos lutador no quarto e último set, para o qual partiu em evidente inferioridade psicológica.

O japonês de 24 anos, que este ano já ganhou em Barcelona e Memphis e foi finalista no Masters de Madrid, é mais um produto da academia de Nick Bolletieri, onde "aterrou" há uma década, com uma bolsa do Fundo de Asaai Morita, o "patrão" da Sony, e onde foi colega de quarto do português Gastão Elias.

A passagem à final garante-lhe pontos sufientes para chegar ao oitavo lugar do ranking, mas se ganhar o salto é ainda mais acentuado e passará para quinto, o seu melhor de sempre, depois de se ter tornado o primeiro japonês a atingir o “top-10” já este ano.