O Sporting renovou-se, mudou de presidente, o qual procura revolucionar e estruturar o clube, inovou o marketing, regressou o especialista no mercado de jogadores, tal como o vice-presidente campeão em 2000, adquiriu 14 jogadores e contratou o excelente treinador Domingos que se evidenciou de forma brilhante no Sporting de Braga. Desta forma criou uma nova empatia com os sócios, retribui-lhe a fé, a esperança de que este ano é que é!

Os resultados na pré-época motivaram os leoninos, no jogo da estreia encheram o estádio, expectantes e esperançados em assistirem a uma exibição convincente. Contudo, saiu tudo ao contrário, uma pesada derrota, uma exibição dececionante. 

Dividiram-se as opiniões, os otimistas diziam: - "É a apresentação e logo com um adversário forte, o Valência, e com tantas substituições é difícil apresentar um bom coletivo" -, os mais pessimistas frustrados, afirmavam, "vai ser um ano iguais aos três últimos".

Com o Olhanense os adeptos disseram presente - 33.000 - e o Sporting realizou uma segunda parte muito promissora, jogou bem, criou imensas oportunidades para vencer. Regressou a esperança, a convicção, a autoestima, a confiança, de que a jogar assim repetiria a vitória do ano passado 0-1 sobre o Nodsjaelland.

Esta má exibição, compromete, desacredita, baralha, e confunde os adeptos até os mais otimistas, ficam com a sensação de que não sabem o que vai acontecer no próximo jogo. Não existe uma sequência lógica de qualidade. Que venha depressa o jogo de Aveiro, (é isto que os treinadores e jogadores dizem e querem, após uma má exibição), para a equipa se redimir. Bem necessita.

Confio imenso no Domingos, e sei que, programar, estruturar, criar, desenvolver, sincronizar, automatizar e construir uma equipa, ainda por cima com tanta gente nova, leva o seu tempo. Aliás, ter pouco tempo é um teste à inteligência dos jogadores e da equipa técnica. 

Domingos repetiu o onze de sábado, sete jogadores antigos e quatro aquisições. Aplicou o seu modelo preferido 4x3x3. Todos os sistemas têm defeitos e virtudes. O modelo é eficaz consoante as características e a interpretação dos jogadores que o compõem. 

O meio-campo é simultaneamente a fronteira defensiva, e a zona de preparação da maioria das jogadas ofensivas. O trio atual não dá garantias de continuidade atacante, pratica um jogo lento, previsível, não é criativo, não joga ao primeiro toque, não tem mudanças de ritmo, não dribla, não rompe, não progride com a bola, não se envolve em lances de pré e de finalização. 

O ataque neste jogo rematou cerca de vinte vezes, criou pelo menos três flagrantes oportunidades, mas não marcou, por má execução, falta de clarividência, de inteligência na na opção. Postiga desamparado, falta-lhe um colega por perto ou mesmo dois a apoiá-lo. Os extremos: Yannick não tira e não lhe aproveitam a sua grande arma a velocidade; Jeffren não engana, é para já a melhor aquisição.

É preciso dar tempo ao tempo. Domingos, disse antes do jogo que é preciso: humildade, muito trabalho e talento, e percentualmente, uma parte disso esteve ausente no Farum Park. Depois do empate, Domingos afirmou que o resultado é bom, mas que não gostou do que viu e a exibição não lhe agradou. Nem a ele nem a ninguém? (Só aos dinamarqueses). Retificar a atitude, a prestação, a interação, a velocidade de jogo e a qualidade é urgente!