O vencedor das eleições do Sporting vai ter de acudir a necessidades de tesouraria de curto prazo na ordem dos 20 milhões de euros, dissem este sábado, fonte da candidatura de Godinho Lopes.

«Quem vier tem de estar prevenido para ter essa verba disponível ou dar garantias à Banca para a obter», disse a mesma fonte, garantindo que Godinho Lopes tem crédito para assegurar esse valor, de modo a «fazer face aos encargos de tesouraria decorrentes de salários, juros e outros compromissos até final da época».

Para as eleições de 26 de Março, um dos nomes que o acompanhará Godinho Lopes será o de José Filipe Nobre Guedes, actual responsável pela área das finanças e que transmitiu todos os dados que lhe permitem ter a noção exacta da real situação financeira do clube e da SAD.

As dificuldades de tesouraria do Sporting forçaram, de resto, a SAD do Sporting a vender em Janeiro o passe de Liedson ao Corinthians, do Brasil, por 2,1 milhões de euros.

«Esse dinheiro serviu para pagar salários ao plantel, mas 600 mil euros foram directamente para o bolso de Liedson devido a 12 meses de prémio de assinatura que estavam em atraso», revelou a mesma fonte, para quem o Sporting carece nesta fase crítica da sua história de «uma junta de salvação» do clube.

A propósito da situação financeira do Sporting, a mesma fonte aludiu ao facto de o «último jogador que não proveio da formação a gerar mais-valias foi o brasileiro Davide», transferido para o Fenerbahçe, já lá vão seis anos.

O Sporting pagou ao Santos pelo passe de Davide cerca de 4 milhões de euros e vendeu-o ao clube turco por 5 milhões, gerando uma mais-valia de 1 milhão.

Todos os outros que foram transferidos vieram da formação, desde Cristiano Ronaldo a Quaresma, passando por Hugo Viana, Nani, Miguel Veloso e João Moutinho, permitindo ao Sporting, segundo a nossa fonte, «um encaixe de 80 milhões de euros nos últimos dez anos».

«Isto corresponde a um encaixe médio de oito milhões de euros por época, quando o Sporting gastou uma média de 27 a 29 milhões/época ao longo da última década. Não é difícil encontrar a origem do buraco», disse, responsabilizando a «inabilidade em gerir o futebol por parte de uma geração de gestores numa área como o futebol, na qual o “‘feeling’ e o conhecimento empírico são determinantes».