Tudo não podia estar melhor para os lados da Luz e no passado Domingo foi dia de dar mais uma machadada face aos tropeções dos rivais. O Benfica recebeu o Marítimo no Estádio da Luz numa goleada por 5-0 que deu um final de tarde brilhante para todo o universo encarnado.
Num encontro agendado para as 18h00, com uma brisa quente que nos fazia lembrar o mês de agosto, a pontaria também esteve bem aquecida. Na goleada sem qualquer resposta do adversário, Rafa inaugurou o marcador, Gonçalo Ramos bisou, Neres implementou a goleada e Draxler fechou a contagem a chave de ouro... Foi uma estreia a marcar com direito a dedicatória.
Este mais recente resultado das Águias - aliado à qualidade futebolística apresentada pelos comandados de Schmidt - leva-nos a pensar: será este um dos melhores Benfica da última década? Para lá, ficaram tempos áureos de Jorge Jesus, Rui Vitória ou Bruno Lage, mas a verdade é que as 13 vitórias em 13 jogos perspetivam que os números recorde só têm tendência a continuar.
O ambiente das bancadas é de comunhão com o plantel, mas do outro lado também há um motivo preocupante. O que se passa com este Marítimo? Uma equipa que já nos habituou a lutar por lugares europeus e que este Domingo apareceu na Luz apática e apenas preocupada com o processo defensivo - ineficaz, refira-se de passagem.
Com este resultado, fica assim um líder isolado do campeonato face ao último classificado.
Veja as principais imagens do encontro:
O jogo: Rafa abriu o 'Ketchup' e o resto é história
Tudo apostos num Estádio da Luz praticamente esgotado e preparado para ver um Benfica a dar continuidade à campanha europeia e a aproveitar o deslize dos rivais. FC Porto e Sporting tinham perdido pontos no sábado, mas os encarnados sabiam que iam encontrar um adversário com orgulho ferido e, curiosamente, sem qualquer ponto conquistado até então, o que perspetivava um duelo de polos opostos.
António Nobre tinha acabado de apitar para o início do encontro e a equipa de Roger Schmidt não entrou em facilitismos. Com Aursnes no onze inicial a entrar para o lugar de Florentino, a primeira grande oportunidade surgiu aos dois minutos naquele que seria... um auto-golo. Wincks apareceu a cortar um cruzamento de Neres e por pouco não traía Miguel Silva.
João Henriques apresentava assim uma equipa sem grandes iniciativas ofensivas e mais preocupada em segurar a linha defensiva. As duas grandes novidades eram a entrada de João Afonso e André Vidigal, este último com um papel claramente mais defensivo.
Mas a verdade é que a estratégia conservadora dos Insulares esbarrou na versatilidade ofensiva dos encarnados e foi depois dos 20 minutos que começaram a soar os primeiros alarmes. Primeiro, as bancadas suspiraram com os falhanços de João Mário, Rafa e Gonçalo Ramos, mas a quarta tentativa acabou por não ficar nas mãos de Miguel Silva.
Rafa Silva apareceu na cara do guardião português aos 28 minutos e não tremeu até a bola parar no fundo das redes. Era assim o 1-0 que trazia a tranquilidade necessária para o que aí vinha.
Diz-nos um velho conhecido que quando o ketchup abre... e foi mesmo isso que aconteceu na Luz. O golo de Rafa trouxe uma avalanche ofensiva ainda maior e, aos 33 minutos, foi João Mário a tentar o golo de trivela, mas com pontaria desafinada.
Antes do tempo de intervalo, Rafa Silva tentou o bis e Gonçalo Ramos ainda tentou o golo, mas o festival de golos estava claramente reservado para a segunda parte.
Depois de um período de homenagem aos vencedores da Supertaça de andebol, a equipa de futebol não entrou em modo gestão, mas com o pé no acelerador por mais golos. João Henriques promoveu no imediato as entradas de Lucho e China, mas a crise do Marítimo cada vez se acentuava mais em pleno relvado da Luz.
Corriam os 47 minutos e Gonçalo Ramos apontou o 2-0 com nota artística. Bah apareceu solto na ala direita e cruzou para o calcanhar do ponta de lança português.
A barra negou o 3-0 a António Silva, mas não a Gonçalo Ramos que bisou no encontro. O jovem ponta de lança apareceu na cara de Miguel silva e mais uma vez gritava-se golo nas bancadas. O ambiente já era descontraído e de total comunhão entre os adeptos e a equipa.
Schmidt geria a equipa a seu belo prazer e Florentino e Draxler eram chamados ao encontro, este último com uma nota especial que já veremos a seguir.
A verdade é que, do outro lado, nem no golo de honra o Marítimo teve sorte. Chuchu Ramírez bateu Vlachodimos aos 76 minutos, mas o VAR negou o 3-1 aos visitantes.
Um pequeno abanão que deu ainda mais força ao Benfica. Neres, bem a seu jeito, atirou para o 4-0 , já com Gilberto e Ristic em campo.
Mas, ainda havia tempo para um dos momentos-chave... a mão cheia numa estreia a marcar de Draxler. O novo reforço dos encarnados atirou para o 5-0 em mais uma grande execução técnica aos 88 minutos.
De realçar ainda a estreia de John Brooks, que somou dois minutos já na reta final do encontro.
A partir daqui, era só esperar pelo apito final de António Nobre com os polos opostos a manterem-se: Até à paragem para as Seleções, o Benfica fez um início de época imaculado e o Marítimo um arranque desastroso.
Veja o resumo do jogo
O momento: Uma estreia a fechar a contagem
Poderia eleger o primeiro golo de Rafa que inaugurou o marcador e que quebrou a defesa do Marítimo, mas uma estreia a marcar é sempre de realçar e Draxler que o diga.
O mais recente reforço dos encarnados encontrou o caminho dos golos e fechou a contagem num remate que mostra como a qualidade - na realidade - está lá.
Um momento que alimentou ainda mais a confiança individual, coletiva e que ajudou a destronar um Marítimo já perdido em campo.
Os melhores: O trio goleador encarnado
Num jogo com cinco golos, claro que os homens-golo teriam de ser destacados e, para isso, escolho o trio ofensivo do Benfica.
Comecemos por Rafa. O extremo dos encarnados abriu o marcador e foi uma das maiores peças desequilibradoras no último terço do terreno, com os habituais movimentos já conhecidos. A juntar a isto, também assistiu para o bis de Gonçalo Ramos aos 64 minutos.
David Neres não quis ficar atrás e também se destacou com mais um golo marcado, e de belo efeito. Foi nos pés do extremo brasileiro que se deu o toque de goleada na Luz.
Por fim, Gonçalo Ramos mantém-se como principal referência ofensiva e goleadora deste Benfica. Mais um bis para o ponta de lança que agora é um homem de área insubstituível.
Os piores: Coletivo do Marítimo
Creio que face à apatia generalizada dos Insulares, seria injusto escolher individualidades que se destacaram pela negativa. Uma equipa que procurou se proteger defensivamente, mas que não sobreviveu à avalanche ofensiva do adversário. Por outro lado, os madeirenses revelaram uma apatia ofensiva perfeitamente controlada pelo Benfica.
A paragem para as seleções vem assim na melhor altura para muita coisa ser revista no universo do último classificado do campeonato, ainda sem pontos conquistados.
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