Análise Benfica:

Com nomes como Cardozo, Lima ou Salvio no onze da equipa de Jorge Jesus, poucos apostariam no sérvio Matic para melhor jogador do Benfica no duelo com o FC Porto. No entanto, foi o médio defensivo de 24 anos quem mais brilhou este domingo pelos encarnados.

Perante um trio de luxo composto por João Moutinho, Lucho González e Fernando – ao qual se juntava ainda muitas vezes Defour -, Matic foi preponderante para equilibrar as forças a meio-campo. Sem contar com grande auxílio de Enzo Pérez, o sérvio ganhou muitas bolas, saiu sempre a jogar e ainda entrou para a história do jogo ao marcar o primeiro golo do Benfica, num espetacular remate em vólei à entrada da área portista.

Pela positiva sobressaíram ainda Gaitán e Garay. O extremo argentino foi um dos elementos mais ativos no ataque do Benfica e pelos seus pés passaram os maiores momentos de desequilíbrio ofensivo. Prova dessa influência foi o golo que apontou aos 17’, numa demonstração de oportunismo e eficácia. Já Garay é a garantia de segurança defensiva do Benfica e exibiu ontem, mais uma vez, a sua classe. Apesar de ter ficado fisicamente limitado no lance do segundo golo portista, no qual ainda tentou evitar o desastre de Artur, vigiou bem Jackson, recuperou vários lances e ainda conseguiu salvar alguns deslizes dos seus colegas.

Pela negativa destacaram-se, obviamente, Artur e Maxi Pereira. O guardião brasileiro teve um erro imperdoável que deu o golo a Jackson Martinez e acusou a falha ao longo de todo o jogo. Os nervos apoderaram-se de um guarda-redes habituado a passar uma imagem de tranquilidade e Artur não mais deu segurança na baliza.

Maxi Pereira provou ontem que não atravessa um bom momento de forma. Demasiado ‘tenso’, o lateral uruguaio falhou muitas vezes na sua missão defensiva, com o FC Porto a aproveitar consecutivamente o seu espaço. E nem a apoiar o ataque se conseguiu destacar…

Análise FC Porto:

João Moutinho foi o motor do meio-campo do FC Porto no clássico deste domingo, no Estádio da Luz. Embora tenha sido utilizado no encontro com o Vitória de Setúbal a meio da semana, o internacional português parece imune ao desgaste físico e esteve notável diante dos encarnados.

Com o apoio de Lucho González e Fernando, o médio luso contribuiu para o maior controlo do ritmo do jogo por parte dos dragões, ao qual faltou apenas alguma acutilância e capacidade de desequilíbrio, tarefa normalmente desempenhada pelo ‘ausente’ James Rodriguez. Moutinho foi decisivo a roubar bolas e sobretudo a reduzir os espaços ao meio-campo do Benfica, travando um grande duelo com Matic.

Em destaque estiveram também Mangala e Alex Sandro. O jovem central francês ocupou o lugar de Maicon e passou com distinção no teste. Autoritário na defesa portista, raramente deu hipóteses a Cardozo e Lima de criarem perigo, tendo o paraguaio apenas escapado uma vez, originando uma grande defesa de Helton.

Ao lado de Mangala esteve também outra muralha: Alex Sandro. O jovem lateral brasileiro ganhou a maioria dos duelos com o perigoso Salvio e com a sua atuação conseguiu ‘cortar’ uma asa ao Benfica.

Em nível negativo exibiram-se Helton e Varela. O guardião portista falhou no lance do segundo golo do Benfica, ao não conseguir segurar o cruzamento que Gaitán finalizou com eficácia. Porém, teve a sua redenção na segunda parte, ao negar o golo a Cardozo na grande ocasião de golo. Já Varela foi uma unidade em sub-rendimento no ataque portista, evidenciando ainda mais a ausência de James. O extremo português até se conseguiu desmarcar algumas vezes, mas faltou-lhe sempre a clarividência necessária para desequilibrar o jogo.