Um triunfo da organização, da solidariedade e da astúcia valeu ao Benfica o regresso à liderança da I Liga, depois da pressão colocada pelo Sporting nesta 33ª jornada. Os encarnados, que contaram com Carcela no lugar de Gaitán, sobreviveram a quase uma hora em inferioridade numérica, mas dominaram o Marítimo de forma clara… e “categórica”, nas palavras de Rui Vitória.

Uma entrada nervosa levantou dúvidas sobre a capacidade de resposta dos encarnados. Porém, o tempo levou os bicampeões a reencontrarem-se e nem a expulsão de Renato Sanches aos 37 minutos comprometeu a sua ambição. Perante este cenário, os encarnados souberam adaptar-se muito bem e conseguiram reduzir os madeirenses a ofensivas raras e inexpressivas.

Contudo, o caminho da vitória só foi desbravado no segundo tempo. Mitroglou adiantou os encarnados logo aos 48’ e deu o conforto necessário à equipa para gerir o jogo da melhor forma. Já aos 83’, e depois de saltar do banco de suplentes, o brasileiro Talisca converteu um livre de forma exemplar e assinou o 0-2 que ‘matou’ o desafio. De resto, diga-se que apesar da atitude séria e esforçada dos maritimistas, os madeirenses nunca foram uma ameaça real.

Depois disso, o Benfica ainda podia ter dilatado por Raúl Jiménez – outro suplente a entrar em ação -, mas a trave foi cruel para com o mexicano, como já o havia sido para Jonas ainda na primeira parte. Graças a esta vitória, os encarnados seguraram o primeiro lugar e entram em vantagem na luta pelo título. A decisão terá assim de esperar mais uma semana…

O MOMENTO:
37’: A expulsão de Renato Sanches, por duplo amarelo no espaço de dez minutos da melhor fase do Benfica na partida, poderia ter feito ruir a estratégia de Rui Vitória frente ao Marítimo. Curiosamente, a imaturidade do jovem médio terá sido o derradeiro ‘click’ para ligar a equipa ao jogo e unir os encarnados em busca do triunfo que chegaria na segunda parte.

OS MELHORES:
Fejsa: A época está perto do fim, mas para o médio sérvio parece estar apenas a começar. Imponente a controlar o meio-campo do Benfica, foi o sustentáculo da organização encarnada após a expulsão de Renato Sanches. Mais uma excelente atuação.
Jonas: Desta feita, o brasileiro não marcou. No entanto, muito do que o Benfica fez de bom no ataque passou pelos seus pés. Podia ter feito um golo de levantar o estádio aos 30’, mas a trave negou-o. Mesmo com o Benfica reduzido a 10 jogadores, foi responsável por inúmeras iniciativas e manteve a equipa sempre com a ‘tração’ à frente.

OS PIORES:
Renato Sanches: Ser expulso num jogo decisivo na luta pelo título já é uma marca negativa, fazê-lo em cerca de 10 minutos e ainda na primeira parte é ainda pior. Confirmou a sua quebra de forma dos últimos jogos e denota falta de clarividência. Será baixa frente ao Nacional no Estádio da Luz.

Susto de Maurício: Aos 54’, os Barreiros ficaram em suspenso com a lesão do defesa do Marítimo. A queda desamparada - depois de um choque de cabeça com Jardel - e o pânico que logo se instalou nos outros jogadores fez temer o pior. Foram minutos de tensão e angustia no estádio, mas felizmente Maurício recuperou bem de um traumatismo crânio-encefálico.

CURIOSIDADES:
- Rui Vitória tornou-se no primeiro técnico português a atingir os 15 jogos consecutivos sem derrotas fora de casa numa edição do campeonato.
- Encarnados somaram a 11ª vitória seguida na Liga e o 19º triunfo nas últimas 20 rondas.
- Benfica poderá bater o recorde de pontos na Liga a 34 jornadas, conseguido pelo FC Porto de José Mourinho (86 em 2002/03), caso vença o Nacional na última jornada.

REAÇÕES:
Luís Filipe Vieira: "Benfica ainda não ganhou nada"
Rui Vitória: "Temos tido jogos muito difíceis, mas não nos matam"
Nelo Vingada diz que Maurício está bem