O título define o jogo prático, organizado e inteligente dos líderes do campeonato. Jogaram com cabeça e marcaram de cabeça, num jogo que se tornou fácil. Poder-se-ia pensar que o Vitória de Guimarães seria um obstáculo problemático para travar os Dragões, mas nunca foi opositor à altura, por culpa própria e porque um Porto dominante não o permitiu.

Na verdade, a jovem equipa vitoriana quase não saiu do “berço”, fechou-se no castelo defensivo durante quase todo o jogo a observar o perigo do “inimigo”. Formou uma defesa à zona que sem pressão foi suicidária. Dar liberdade aos Dragões de circular a bola é exporem-se a serem goleados, tal como aconteceu.

O Porto está numa fase muito produtiva e o seu futebol é uma orquestra melodiosa muito bem interpretada pelos seus artistas. Por isso não precisava das facilidades que os vimaranenses proporcionaram. Pois o Porto na fase atacante apresenta uma excelente qualidade de jogo. Neste aspeto, o futebol do campeão está no auge.

Pratica um jogo apoiado, de passes curtos e médios, nos corredores o avanço dos laterais (que ontem nem tiveram oposição) realizam várias combinações de dois contra um com os médios alas, os quais apoiados na velocidade, na habilidade e na criatividade chegam com facilidade à linha de fundo. Onde realizam o último passe, e ganham vários cantos, que acabam em golos.

Os primeiros dois golos foram antecedidos de cantos e o quarto de um centro teleguiado de Varela para o melhor marcador do campeonato. Aliás, Varela desde início deu a sensação que iria realizar um excelente jogo. Aos treze minutos, obrigou Douglas a uma espetacular defesa. Depois foi um quebra-cabeças para a cândida defesa do Vitória de Guimarães.

Cândida por não funcionar, e macia porque só fez nove faltas no jogo. Nos lances dos dois golos iniciais marcaram, homem a homem, mas ao não acompanharam os marcadores que inteligentemente recuaram dois metros e balanceados marcaram nas alturas. O impulso com balanço é diferente de saltar no sítio onde se está posicionado. É preciso vencer a inércia.  

Ontem em Guimarães andaram Dragões endiabrados à solta. Jackson Martínez é o Dragão mais difícil de marcar. Somou mais três golos e criou mais um trio de ocasiões para finalizar. Este é o Dragão que cospe mais fogo, movimenta-se por todo o território de finalização, é inteligente nas oblíquas movimentações, as quais solicitam e orientam os passes dos colegas. Fernando, no terceiro golo, e Varela, no quarto, exemplificaram.