Pita Taufatofua tornou-se famoso depois de entrar no Estádio Maracanã, durante a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sem camisa e besuntado com óleo de coco no corpo, enquanto porta-estandarte do seu país, Tonga. Precisamente um dos únicos dez países a não ter ainda registo de qualquer caso positivo de COVID-19 dentro das suas fronteiras.

Em entrevista ao portal de notícias brasileiro 'UOL Esporte', o atleta explicou as razões pelas quais o coronavírus ainda não atingiu o seu país natal. "A primeira coisa é rezar", começa por dizer Pita àquele portal. "Mas o país também fechou as fronteiras muito cedo, ficando isolado logo no início da pandemia, quando outros países ainda estavam a decidir se fechavam ou não. Neste momento, Tonga já tinha decidido fechar, assim como outros países do Pacífico", sublinhou o lutador de taekwondo.

Outro aspeto destacado por Pita Taufatofua é o enquadramento geográfico de Tonga, que lhe confere também uma vantagem a nível de isolamento, por se tratar de um arquipélago. O governo local daquele país da Oceania adotou, bem cedo, medidas que impediam o livre transito de moradores, para além de ter proibido a chegada de aviões e navios. Um facto que tem impedido mesmo o atleta de se deslocar ao seu país, visto treinar em Brisbane, na Austrália, mas que este não lamenta.

"Eu não fui para lá nos últimos meses, estou com muita saudade de casa, de meus pais, da minha família toda. Todos os que moram noutros países não estão permitidos a entrar, porque as fronteiras estão fechadas. Mas está tudo bem, eu entendo por que não posso visitá-los. Ninguém quer ser a pessoa que leva o vírus para o país", sublinha Pita Taufatofua.

Ainda assim, Pita mostra preocupação perante uma eventual entrada do novo coronavírus ao seu país. "Se algo acontecer, se o coronavírus entrar, a Tonga inteira só tem dois ventiladores para muita gente. Então o melhor que podemos fazer, nós que estamos fora do país, é mandar energias positivas e rezar. Fico feliz por eles estarem seguros, porque só há alguns poucos países nesta situação, e Tonga é um deles", destacou o atleta na mesma entrevista.

Pita Taufatofua tinha já presença garantida nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, entretanto adiados. O atleta admite que é difícil prever como estará a situação dentro de um ano, mas acredita na relação à realização dos Jogos em 2021. "Nada na vida é plenamente seguro: cada vez que dirigimos um carro, há um risco. Sou alguém bem otimista e um ano parece-me bastante. Pode ser que as pessoas já estejam vacinadas, há um movimento neste sentido. Tóquio com certeza terá um plano de contingência para ter os Jogos em condições para os atletas e manter o espírito olímpico. Acredito que dará certo", terminou.