No fim do treino da tarde, o presidente do Desportivo de Chaves, Mário Carneiro, tinha combinado reunir-se com os jogadores para conversarem sobre o pagamento dos meses de salário em atraso, nomeadamente, Abril e Maio.

Em vez de reunir com todo o plantel ao mesmo tempo, Mário Carneiro optou por chamar três jogadores de cada vez ao seu gabinete, atitude que desagradou aos jogadores, que no passado domingo disputaram no Jamor a final da Taça de Portugal com o FC Porto (2-1).

A determinada altura, os adeptos e alguns dos atletas que esperavam a sua vez para entrar na sala começaram a ouvir as cadeiras a serem “arrastadas”, invadindo o gabinete.

Segundo o capitão do Chaves, Castanheira, o que revolta a equipa é a falta de diálogo por parte da direcção: “Nós não sabemos se vamos ou não receber, se nos vão libertar o passe, nada mesmo”.

Instalando-se a confusão entre jogadores e adeptos com a direcção do clube, a PSP de Chaves foi chamada a intervir no local, tendo notificado dois adeptos, segundo informação de um agente no local.

Contactado pela agência Lusa, Mário Carneiro recusou-se a fazer qualquer tipo de comentário aos confrontos, no fim do último treino do clube.

Neste momento, para além dos salários em atraso, os jogadores reclamam ainda os prémios de jogo prometidos pela direcção do clube, caso a equipa ultrapassasse as várias fases até chegar à final da Taça de Portugal.

Grande parte dos contratos dos jogadores termina no fim deste mês, mas não sabem se vão renovar, se o clube liberta o passe e, sobretudo, se paga os salários e prémios de jogo.

Algumas das rendas de habitação dos jogadores, a cargo do clube, também estão por pagar desde o mês de Agosto, adiantou fonte do clube à Lusa, solicitando anonimato.

De referir que, as receitas do Chaves estão todas penhoradas, em virtude das dívidas de cerca de um milhão de euros do Desportivo de Chaves ao antigo presidente do clube.