O antigo futebolista internacional português Chalana congratula-se com o facto de hoje em dia haver “quem mande, o Paulo Bento e mais ninguém”, no comando técnico da seleção portuguesa, em vésperas do Euro2012.

«Hoje já não é assim, já há quem mande, que é o Paulo Bento e mais ninguém e, depois, tem uma estrutura forte com ele. Acho que vão fazer um bom torneio», vaticinou, em entrevista à agência Lusa, o “Pequeno Genial”, com 53 anos, 29 internacionalizações e dois golos pela «equipa das quinas».

O atual treinador dos sub-17 do Benfica sublinhou que “tudo é diferente” porque «já passaram muitos anos», embora reconheça que «as pessoas fizeram tudo para ganhar» naquela primeira presença lusa num torneio continental – o Euro84, em França.

«No primeiro (Euro), tínhamos quatro treinadores, o que não devia acontecer... mas os treinadores estavam com os jogadores. Os diretores não estiveram com os jogadores. São coisas do passado, por isso é que se deu o ‘Caso Saltillo’ (já no Mundial de 1986)», lamentou, lembrando a equipa técnica composta por Fernando Cabrita, Toni, António Morais e José Augusto.

No evento de França, Portugal empatou sem golos com a Alemanha e 1-1 diante da Espanha, antes de bater a Roménia, por 1-0, no Grupo B, mas ficou-se pelas meias-finais, derrotada no prolongamento pela anfitriã e Platini (3-2), num embate em que Chalana fez as assistências para o “bis” de Jordão.

«A organização não foi muito correta. Para nós, jogadores, naquela altura, era a primeira vez. Tivemos muitos problemas pela comunicação social. Muita gente não acreditava que fôssemos até onde fomos. Fizemos o que pudemos fazer e foi um Europeu bom para a seleção nacional. Mais tarde, houve aquilo em Saltillo, que borrou um bocadinho aquela geração de ouro, que também tinha jogadores belíssimos», continuou.

Para “Chalanix”, como ficou carinhosamente conhecido em França, «o segredo» passa pelos «jogadores e o treinador», destacando o facto de quase todos os convocados de Paulo Bento jogarem no estrangeiro, enquanto no seu tempo só Humberto Coelho e João Alves tinham essa experiência.

«Os jogadores desta geração não têm nada a perder, só a ganhar. Jogam em patamares diferentes dos que jogávamos, só aqui, para o nosso campeonato. Estes jogadores não têm medo de jogar, são todos internacionais, estão no topo. Portugal pode ir longe, às meias ou à final», segundo Chalana.

Sobre o Grupo B, que inclui Alemanha, Holanda e Dinamarca, Chalana não tem dúvidas de que «toda a gente tem medo de jogar com Portugal».