A justiça federal de Santos, no Brasil, recusou na quinta-feira uma queixa contra o futebolista Neymar por evasão fiscal e falsificação de documentos, apresentada a 27 de janeiro pelo Ministério Público Federal.

O juiz Mateus Castelo Branco aceitou o pedido feito pelos advogados do avançado para que o processo não andasse enquanto decorre um inquérito administrativo na Receita Federal para determinar se houve ou não fuga ao fisco.

Na acusação do Ministério Público eram visados também o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, o presidente do FC Barcelona, Josep María Bartomeu, e o seu antecessor, Sandro Rosell, uma vez que a investigação recai também sobre a transferência do jogador do Santos para o clube espanhol.

A queixa apresentada pela procuradoria acusa Neymar e o pai de falsificação de uma série de documentos, entre 2006 e 2013, com a intenção de fugir ao pagamento de impostos, utilizando para isso três empresas de gestão de carreira criadas durante aquele período.

Neymar depôs na terça-feira em Madrid durante hora e meia, perante o juiz José de la Mata, na Audiência Nacional, como testemunha, já que em Espanha também se investiga a polémica transferência, que terá lesado o fisco em milhões de euros, através daquelas empresas.

Já em março Neymar tinha estado perante a justiça por um processo interposto pelo fundo DIS, que dizia não ter recebido tudo a que tinha direito pela transferência para o FC Barcelona.

Em setembro do ano passado, a justiça brasileira congelou 188,8 milhões de reais (43,3 milhões de euros) das contas do jogador e do seu pai, bem como de empresas ligadas à família, para garantir o pagamento de dívidas fiscais e possíveis multas.

A investigação a Neymar começou há dois anos no Brasil e o Ministério Público e o Fisco já têm mais de cinco mil páginas de documentação diversa e declarações de implicados.