José Mourinho negou a existência de um acordo com os responsáveis do Real Madrid para sair no final da época, qualificando de «disparate» as informações veiculadas pela imprensa espanhola nos últimos dias, que aliás prefere ignorar: «Não leio jornais, não vejo televisão espanhola, muito menos programas de rádio. Vivo completamente alheado do mundo mediático».

Embora rejeite a ideia de que a nacionalidade tenha tido influência naquilo que foi conseguindo como profissional, reconheceu que em Espanha o facto de ser português torna o seu trabalho «mais difícil» e funciona como fator negativo.

O técnico português, que acredita que chegou ao Real Madrid no «momento ideal», não se vê a treinar fora de Espanha, Inglaterra, Itália ou França, porque não imagina viver num país onde não possa comunicar.

«Mas nunca se sabe», completou.

Questionado sobre a qualidade dos treinadores portugueses, “Mou” recusou-se a generalizar, dizendo que há técnicos «bons, menos bons e maus», sendo o melhor de todos Rui Faria, seu adjunto na equipa espanhola, «que ainda nem é treinador».

Na lista dos melhores, colocou Fernando Santos, Jorge Jesus, José Peseiro, Jesualdo Ferreira e André Villas-Boas, um treinador que foi apontado como o novo “mini-Mourinho”, mas no qual não revê nenhuma das suas características.

Mourinho teve ainda oportunidade de elogiar Alex Ferguson, de quem gosta muito, e de confessar a sua surpresa pela decisão de Pep Guardiola de abandonar o FC Barcelona.

«Ele treinava o FC Barcelona que era sempre a equipa candidata a ganhar, tanto a nível nacional como internacional. Não esperava, porque olho para os outros treinadores e penso na minha própria situação. Para mim um ano sabático é impensável. Só se não tiver clube. Fiquei surpreendido, mas cada pessoa é uma pessoa», explicou.