O Sporting empatou a um golo diante do PSV Eindhoven esta terça-feira, em jogo da segunda jornada da Liga dos Campeões. Os leões sentiram sérias dificuldades para contrariar a fortíssima pressão dos neerlandeses durante a primeira parte, tendo sido incapazes de desenhar uma jogada com princípio, meio e fim, acabando por ir para os balneários em desvantagem.
No segundo tempo, e com a entrada de Daniel Bragança, os campeões nacionais conseguiram organizar-se e começar a jogar o seu jogo, não evitando contudo alguns sustos junto da baliza de Franco Israel, pelo meio de muitos escorregões, um dos quais até tirou um golo feito a Eduardo Quaresma.
À medida que as pernas começavam a pesar aos neerlandeses, o leão foi chegando mais vezes junto da área de Benítez, tendo chegado ao empate já nos últimos minutos.
O Sporting sai de Einhoven com um ponto. É certo que poderia ter saído sem nenhum, mas a verdade é que, com maior ou menor inspiração, a equipa de Amorim nunca baixou os braços e acabou por ser recompensada.
O jogo:
Amorim fez alinhar Catamo na frente de ataque, fazendo regressar Quenda para a ala direita e ainda Gonçalo Inácio para o trio de centrais. Apesar de poucas alterações na equipa, a verdade é que o Sporting nunca se conseguiu encontrar na primeira parte, incapaz de quebrar a intensa pressão do PSV logo junto à área leonina, e que impedia também os médios de fazerem as habituais ligações para quebrar as linhas adversárias.
Na primeira parte o leão era sufocado, incapaz de ganhar bolas divididas, provando do próprio veneno com que tanto gosta de atingir os adversário no campeonato. E perante tanta pressão, nem os lançamentos para Gyokeres pareciam resultar, já que o sueco nunca conseguiu libertar-se da forte e eficaz marcação de Flamingo.
Perante este cenário, e após uma primeira ameaça, o PSV acabou por chegar ao golo; nova saída deficiente na defesa, e Schouten a roubar a bola a Geny Catamo em zona proibida e a fazer o golo com um belo remate de fora da área. Como um mal nunca vem só, Amorim viu-se também obrigado a trocar o lesionado Diomande por Eduardo Quaresma ainda antes do intervalo.
Depois de uma primeira parte que o Sporting terminou, pela primeira vez esta época, em desvantagem, sem remates enquadrados e sem golos, Rúben Amorim viu que o segundo tempo ia pelo mesmo caminho, com a equipa da casa a desperdiçar duas boas oportunidades. O técnico verde e branco decidiu não esperar mais e lançou Bragança para o lugar do apagado Catamo.
Ao médio foi pedido que fizesse aquilo que Pedro Gonçalves faz tão bem e que tanta falta estava a fazer: jogar entre linhas e fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque. De facto o Sporting começou a desenhar mais ataques, mas falhava sempre na hora de definir.
E quando não era a definição, era o relvado a fazer das suas; Eduardo Quaresma arrancou desde a defesa e isolou-se, mas a relva, que tanto fez cair os jogadores lusos, fez mais uma 'vítima' e impediu o jovem central de empatar quando estava na cara de Benítez.
Mas como se costuma dizer, não há mal que sempre dure, e o leão conseguiu-se recompor do choque, e conseguiu chegar ao empate; das poucas vezes que conseguiu ter espaço, Gyokeres libertou para o recém-entrado Maxi que, da esquerda serviu Daniel Bragança na perfeição para o 1-1. Depois de tantos escorregões, foi preciso tirar os pés do chão para chegar ao golo.
O empate acaba por se aceitar num jogo equilibrado, mas onde o PSV dispôs de mais e melhores oportunidades, mostrando-se mais consistente ao longo dos 90 minutos, perante um Sporting que foi de menos a mais.
O momento: Dani mostra como se faz
Corria o minuto 83 e o Sporting, ao contrário do que sucedera ao longo de quase todo o jogo, tinha agora mais bola e mais iniciativa. Das poucas vezes que se conseguiu libertar, Viktor Gyokeres serviu Maxi Araújo que, na esquerda, cruzou para o coração da área onde surgiu Daniel Bragança a mostrar aos avançados como se finaliza, desviando a bola para o fundo das redes neerlandesas.
O melhor: O duque de Bragança
Perante aquela que foi a primeira parte mais apagada desta época, Rúben Amorim deixou Daniel Bragança a aquecer ao intervalo no relvado. Vendo que a segunda parte entrava na mesma toada do primeiro tempo, o técnico fez entrar o médio para o lugar de Catamo, para agora fazer aquilo que costuma estar a cargo de Pote: jogar entre linhas e ligar o jogo de ataque verde e branco.
O '23' dos leões foi figura nuclear na reação da equipa na segunda parte, não só pelo golo marcado, como também pela nova dinâmica que trouxe ao jogo dos campeões nacionais, que agora com um maestro em campo, conseguiam desenvolver todo o seu futebol.
Amorim poderá ter aqui encontrado uma nova função para Bragança na equipa, jogador muitas vezes remetido para o banco de suplentes por Morita e Hjulmand.
O pior: Geny não está aqui
Depois de ter sido um dos melhores em campo diante do Estoril, desta feita Geny Catamo esteve muitos furos abaixo do que pode e sabe fazer. Em sua defesa, e contrariamente ao que sucedera na Amoreira, o moçambicano alinhou na frente de ataque, ao lado de Gyokeres e Trincão, mas nunca se mostrou confortável no jogo e nas tarefas a desempenhar.
Perante a forte pressão do PSV, Catamo perdeu muitas bolas em zonas proibidas, uma das quais deu origem ao golo neerlandês, num lance onde as culpas também têm de ser partilhadas com Debast, após o passe do belga para uma zona frontal.
Foi sem surpresa que Amorim tirou Catamo no início da segunda parte por troca com Daniel Bragança, uma mudança que acabou por fazer toda a diferença.
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