“Muito mais do que um Jogo” foi o livro que Luís António Coelho começou mentalmente a escrever desde criança, quando descobriu a magia do futebol. A primeira obra do autor, de 35 anos, tem os Mundiais como pano de fundo, os jogadores mais míticos como personagens e as suas alegrias e desilusões nesta competição como história.

Ao longo dos anos alimentou a paixão com o estudo das histórias que fazem a história do Mundial, num percurso que começou em frente à televisão a vibrar com Diego Maradona no México’86. “Foi um Mundial muito marcante, desde logo porque foi o Mundial do Maradona. Nunca houve um Mundial que tenha sido decidido de forma tão óbvia por um jogador como foi esse Mundial. Por outro lado, foi o Mundial que assinalou o regresso de Portugal, 20 anos depois de participar no Campeonato do Mundo de 1966, em Inglaterra”, contou, em entrevista ao SAPO Desporto, sem esconder a admiração especial por ‘El Pibe’: “Se Maradona fosse da Polónia, eu era da Polónia. Se ele fosse dos Camarões, eu também era dos Camarões.”

Questionado se alguém poderia fazer nesta edição no Brasil o que o argentino fez então no México, Luís António Coelho abre a porta ao aparecimento das estrelas Ronaldo, Messi e Neymar, mas não descarta outros jogadores para o papel de herói. “Robben, Van Persie e um outro jogador que penso que está em grande forma, o Di Maria. Teve um final de época excelente no Real Madrid e acredito que o poderá mostrar também no Mundial”, frisou.

Há Mundiais que marcam a história da prova. Não só pelo momento, mas pelo que deixaram como legado. Do futebol total da Holanda dos anos 70 à canarinha de sonho que nunca chegou a ser campeã em 1982. Para já 2014 tem grandes jogos e uma enorme polémica fora de campo, sendo impossível decidir já como será este Mundial recordado.

“A polémica não faz necessariamente mal aos jogos disputados no Mundial. E a verdade é que os jogos têm sido bons, alguns até muito bons. Às vezes a polémica pode trazer mais entusiasmo aos jogadores e mais garra das próprias seleções para mostrar que além da polémica eles têm valor. Acredito que várias seleções vão tornar esta prova num grande Mundial”, explicou o autor da obra.

Sobre a Seleção Nacional, Luís António Coelho manifestou a sua crença na passagem aos oitavos de final e deixou uma confidência sobre o que gostaria de contar deste Mundial num futuro livro. “Obviamente, a vitória de Portugal. Espero que aconteça. É difícil, claro, mas é por ser difícil que se tornaria uma boa história”, concluiu.