Vencer ou vencer, eis a questão. Não era uma questão, mas sim uma obrigatoriedade. Tudo para afastar os fantasmas da crise, ou pelo menos evitar com que eles pairassem na Luz nos próximos tempos.

A vitória, frente ao Casa Pia, acabou por ser gorda, mas não espelha o que aconteceu em campo até ao momento das substituições na segunda parte e mais propriamente 'ao momento de desbloqueio' da autoria de Pavlidis. A primeira parte, essa, do Benfica, foi deveras sofrível. Apesar do naufrágio a norte, frente ao Famalicão, Schmidt aparentemente não fez um juízo que culminasse na 'condenação' dos seus jogadores, já que fez apenas uma alteração na equipa. António Silva entrou para o lugar de Morato.

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O início esse, prometia, com incursões rápidas que entusiasmavam a multidão, mas rapidamente o momento esvaziou-se. Era mais que evidente a falta de criatividade, a capacidade para criar espaços, romper, e solicitar os homens da frente como Pavlidis. Os remates enquadrados, na primeira parte, foram uma raridade. E a melhor oportunidade do primeiro tempo até pertenceu ao Casa Pia. Prestianni era dos poucos a remar contra o marasmo, a pedir bola para resolver, a tentar alvejar a baliza e a querer esticar o jogo. Primeiro tempo pejado de contratempos, até pela lesão de Beste que motivou a entrada de Carreras.

No segundo tempo, o Benfica insurgiu-se reativo e a querer devolver a alegria aos pagantes na Luz. Mas os espaços continuavam os mesmos, com a linha de cinco do Casa Pia, a tirar espaços e capacidade aos homens do Schmidt. Até que o alemão mexeu: Tirou João Mário, Barreiro e Prestianni e colocou em campo Kokçu, Marcos Leonardo e Tiago Gouveia. A equipa ganhou logo 'cavalos', intensidade, e outro andamento, mas sobretudo entrava em campo um 'coelho' retirado da cartola', Tiago Gouveia. O jogador do Benfica cruzou para o primeiro da partida da autoria de Pavlidis. Nuno Moreira ainda quis estragar a festa, ao finalizar de forma defeituosa naquele que poderia ter sido o golo do empate dos Gansos. Só que minutos depois, o mesmo Tiago Gouveia resolveu a contenda com um pontapé pleno de intenção. O marcador fixou-se num tento de Aursnes, depois de assistência de Kokçu, outro homem que entrou no segundo tempo, numa excelente jogada de combinação das águias. Schmidt bem poderá ter dito no fim do jogo...quem tem banco, tem tudo. O triunfo serve para acalmar as hostes no reino das águias e quem sabe poderá dar outro tipo de oportunidades e minutos aos homens que resolveram e que saltaram do banco.

Momento

Poderíamos falar do golo de Pavlidis, que abriu as contas na Luz, mas mais importante foi mesmo o momento da substituição tripla, ao minuto 65. Kokçu (somou uma assistência), Tiago Gouveia e Marcos Leonardo, (sobretudo os dois primeiros), foram decisivos para mudar o curso dos acontecimentos.

Melhores

Tiago Gouveia

Fez tanto em tão pouco tempo e teve um papel decisivo no triunfo do Benfica. Com pouco mais de 25 minutos em campo, fez a assistência para o golo que desbloqueou o jogo, da autoria de Pavlidis e minutos mais tarde, atirou a contar para o 2-0 das águias. O extremo deu provas que é uma opção a ter conta, e de que maneira no reino da Luz.

Pavlidis

Esteve durante grande parte do tempo desaparecido, até porque as bolas não lhe chegavam. No segundo tempo começou por ameaçar, acabando por desbloquear o jogo num cruzamento, depois de uma bola endossada por Tiago Gouveia.

Larrazabal

Um dos melhores do Casa Pia, no sentido em que foi dos poucos que conseguiu ter alguns momentos de inspiração e rasgo. Esteve em dois dos lances mais perigosos da sua equipa, depois de cruzar para finalizações de Obeng e Nuno Moreira. Marcou no ano passado na Luz, e voltou a procurar a felicidade. Não marcou, mas valeu a boa exibição.

Reações

Roger Schmidt satisfeito pela reação, Gouveia modesto depois da grande entrada no jogo

Alexandre Santana notou crescimento na equipa, Larrazabal diz que jogo foi decidido por detalhes