Segundo avança esta quarta-feira a 'Tribuna Expresso', José Augusto Silva - 'o amigo 66' -, entrou no sistema a pedido de Paulo Gonçalves, a quem passou informações relativas a 26 processos. Para aceder a essa informação, o funcionário judicial utilizava as credenciais de duas funcionárias do tribunal de Fafe e de Ana Paula Vitorino, Procuradora da República.

A 'toupeira' acedeu mais de 500 vezes aos processos que envolviam o Benfica, os seus representantes e funcionários, bem como processos relacionados com os rivais dos 'encarnados', FC Porto e Sporting. Segundo o Ministério Público, "uma vez na posse de tais informações, pretendiam Paulo Gonçalves e Benfica SAD antecipar diligências processuais em que seria visada a Benfica SAD e seus membros ou obter informações sobre adversários ou ainda informações antecipadas de decisões judiciais."

O processo mais acedido por José Augusto Silva foi a queixa que o Benfica colocou em 2017 contra terceiros por acesso ao sistema informático do clube, depois de Francisco J. Marques, diretor de comunicação do FCP, ter revelado e-mails internos do clube. Este processo foi acedido 211 vezes entre o dia 21 de junho de 2017 e 3 de março de 2018.

O segundo mais visitado foi a queixa anónima apresentada em junho do ano passado e que acusava o Benfica de ter "um alegado esquema de corrupção na arbitragem para beneficiar" o clube. Só esse processo foi acedido 204 vezes entre 15 de junho de 2017 e 3 de março de de 2018.

Outro dos processos mais visitado foi o caso dos vouchers. José Silva acedeu 187 vezes entre 14 de março de 2017 e 3 de março de 2018 ao inquérito iniciado a partir de uma queixa da FPF depois de uma entrevista a Bruno de Carvalho no programa "Prolongamento".

Confira a lista dos processos:

  • O processo que opôs Pedro Manuel Safara da Silva Inácio ao Belenenses;
  • O processo interposto pelo FC Porto contra o jornal “A Bola” e o jornalista Miguel Sousa Tavares;
  • As queixas movidas pela Doyen contra o Sporting e as contra-queixas dos 'leões';
  • A queixa do Benfica contra terceiros por acesso indevido ao sistema informático do clube, quando os e-mails internos começaram a ser divulgados;
  • O caso dos vouchers;
  • Processos de crimes cometidos em departamento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF);
  • Processos de corrupção no centro distrital da Segurança Social de Lisboa;
  • Oferta de bilhetes e viagens a políticos e detentores de cargos públicos durante o Euro2016;
  • Maria de las Mercedes Peña Y Moreno intentou uma ação contra Fejsa;
  • IPDJ queixou-se que terceiros acederam a um computador da instituição e colocaram no ecrã pastas relacionadas com as 'claques do Benfica';
  • O processo em que jogadores de equipa da II Liga foram investigados por facilitar resultados em troca de subornos;
  • O caso dos emails;
  • A queixa do Benfica contra Francisco J. Marques;
  • As queixas do Benfica contra Bruno de Carvalho e Nuno Saraiva - diretor de comunicação do Sporting;
  • O processo que envolvia Mário Centeno, bilhetes e um alegado favorecimento no IMI para o filho de Luís Filipe Vieira;
  • A queixa de Bernardino Barros contra Hugo Gil;
  • Processos relativos a César Boaventura.