Colocar João Félix no onze foi das primeiras decisões de Bruno Lage assim que chegou ao Benfica.

"Foi logo uma das coisas que disse quando aqui cheguei. Opá, vou meter o miúdo [João Félix] a jogar. Foi a primeira coisa que pensei. Liguei o carro meto-me na estrada e comecei a pensar nisto: deixar uma marca e dar continuidade ao que tem vindo a ser feito para a aposta firme na formação. Senti que havia essa oportunidade, 4-4-2 e meter o miúdo a jogar", explicou.

O técnico assumiu o comando técnico dos 'encarnados' após a 15.ª jornada, na sequência do despedimento do Rui Vitória, que perdeu nesse fim-de-semana com o Portimonense por 2-0, em janeiro. O técnico esteve prestes a assumir os 'encarnados' em dezembro, após a goleada sofrida pelo Benfica frente ao Bayern Munique (5-1), para a Liga dos Campeões. Mas Luís Filipe Vieira teve uma 'luz', recuou na decisão e manteve Rui Vitória.

"Foi numa situação em que já não estava à espera. Houve uma primeira antes, em dezembro, e depois, em janeiro. Cheguei a casa por volta das 20h30 para voltar ao Seixal depois de ter estado a trabalhar o dia inteiro, após preparar o jogo com o FC Porto B. Regressei à base para falar com o presidente. A ideia foi mostrar trabalho. Uma forma de tirar a pressão foi transmitir-lhes que têm uma oportunidade de fazer algo. Queria, enquanto cá estivesse, mostrar o homem e o treinador que sou", sublinhou.

Na conversa com os jornalistas no Seixal, Bruno Lage explicou como conseguiu conquistar o balneário.

"Senti isso que ia ser líder deles. Estamos no balneário a falar e há um momento em que me sento com eles e peço para olharem uns para os outros. A partir de agora iam ter de jogar em função uns dos outros, que um teria de correr pelo outro. Comecei a sentir que eles estavam a ouvir-me e não há hipótese. Eles dão ainda mais se sentirem que podem jogar como equipa", frisou.

Na conversa com os jornalistas, o técnico falou também de outras medidas que tomou, como por exemplo a dispensa de jogadores que não estavam felizes no Benfica e a promoção de outros da equipa B.

"Primeiro, quem não estava feliz tinha de ir à procura da felicidade, como foi o caso do Ferreyra, Catillo e Lema. Depois, trazer dois ou três elementos da equipa B que eu sentia que estavam preparados para dar este passo e formar um grupo reduzido, em que cada um tivesse importância de alguma forma", concluiu Lage.