Luís Castro foi convidado do programa de YouTube “Vamos falar de futebol”, no qual aproveitou para recordar alguns dos seus melhores momentos na carreira enquanto treinador de futebol.

O agora técnico do Shakhtar Donetsk lembrou o primeiro contacto com Antero Henrique, antigo dirigente do FC Porto, e a sua chegada aos 'dragões' numa altura em que estava "desempregado".

"Um dia fui ao supermercado e quando cheguei ao carro tinha duas chamadas no telemóvel de um número desconhecido e eu pensei cá para mim: 'Não ligo, não vou gastar dinheiro a devolver uma chamada a alguém que não conheço'. Estava desempregado, ia lá eu devolver a chamada. O poupar superiorizou-se à curiosidade e ao desejo de ter um clube", começou por contar Luís Castro, citado pelo jornal Record.

"No dia seguinte o mesmo número a ligar. Atendo e digo assim: 'Quem é?' e do outro lado ele diz-me assim: 'Antero Henrique'. E eu cá para mim: 'O Antero Henrique?', lá lhe perguntei se era do FC Porto e ele disse que sim. E eu pensei: 'Epá, o quê que se passa aqui?'. Ele disse-me que gostava de ter uma conversa sobre futebol comigo e eu aceitei, claro. Quando desliguei fiquei muito excitado. Para quem está sem nada e depois surge o FC Porto. Só o nome...", confessou.

O treinador admitiu ter ficado surpreendido com o interesse do FC Porto. "Começo a fazer as minhas contas: 'Co Adriaanse? Rui Barros assistente, equipa técnica toda... não, não é para assistente. Não sendo para assistente, será para quê? Condutor do autocarro?", revelou.

"Marcou-me uma data qualquer para falarmos, mas acho que houve um problema qualquer no estágio do Co Adriaanse com os jogadores, e aquilo morreu por ali. Passado 15 dias, três semanas, outra vez o senhor Antero Henrique a ligar: “Desculpe, atrasou-se, problemas dentro do FC Porto. Vamos marcar nova data”. Então lá vou eu para a reunião, falar de futebol. Ia em cima da Arrábida recebo um telefonema: “não pode ser hoje” (risos). Isto já era setembro, já o campeonato a andar. Voltei para trás, para Águeda, vivia lá na altura e a minha esposa dava lá aulas e é a nossa casa principal. Voltei, nova chamada e lá me encontrei finalmente, no antigo Tivoli. Conversamos… modelo de jogo, dinâmicas, organização. Muito bem. Um abraço e boa viagem. Cheguei a casa e a minha esposa: “correu bem a reunião?”. O Antero não fica chateado se eu contar isto, de certeza. E eu: “para já, para falar de futebol, correu bem. E mais nada. Está falado”. Depois voltámos noutra reunião a falar e a determinada altura o Antero diz-me assim: “Luís, tenho aqui uma proposta, a época já começou, estamos em setembro, início de outubro, o professor Ilídio Vale está a treinar os sub-19 e o Luís para diretor técnico da formação. E eu: “só treinei uma vez os sub-13 no Águeda" (risos). E diz-me o Antero: "quero alguém que não entenda muito de formação, que sobrevoe o clube nesta época, que absorva informação e conhecimento e vamos ao projeto ‘Visão 611’". Esse projeto gerou, com a venda de jogadores como Dalot, Rúben Neves, André Silva, Paciência, muita gente passou por ali, gerou uns milhões largos na venda", destacou o atual técnico do Shakhtar Donetsk.

"É assim que chego ao FC Porto, é uma história muito grande e estive muito entusiasmado no FC Porto", terminou.