O presidente da Liga de futebol, Mário Figueiredo, prometeu este domingo a criação de novas medidas que impeçam situações de incumprimento no pagamento de salários a jogadores nos campeonatos profissionais.

«Estou a estudar a implementação de duas medidas que vão ser importantes, para introduzir mais rigidez nas regras de fair-play financeiro», disse Mário Figueiredo na Marinha Grande, no intervalo do jogo entre União de Leiria e Feirense, marcado pela ausência de 14 jogadores da equipa da casa, devido a quatro meses de ordenados em atraso.

Segundo o presidente da Liga, as novas medidas passam pela introdução de «mecanismos de maior vigilância e controle financeiro em relação aos orçamentos dos clubes» e de «uma modalidade diferente de um fundo de garantia salarial, para fazer face às situações mais agudas».

Mário Figueiredo defende ainda a redução do salário mínimo nos dois campeonatos profissionais, criticando o presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, Joaquim Evangelista, por não responder ao pedido de revisão do contrato coletivo de trabalho.

Tem de haver bom senso da parte dos jogadores. Há dois anos que a Liga anda a propor uma redução do salário mínimo, chamando a atenção de que não há condições em Portugal para manter estes salários. O senhor presidente do sindicato continua na irresponsabilidade de manter o salário mínimo muito elevado e depois é a situação que temos... Ele tem responsabilidade nessa matéria», afirmou.

O presidente da Liga adiantou também que Joaquim Evangelista «tem uma proposta de revisão do contrato coletivo de trabalho, que está em cima da mesa dele há mais de um ano, à qual ele não responde».

A propósito da situação da União de Leiria, Mário Figueiredo lembrou que «o salário médio dos jogadores ultrapassa os cinco mil euros».

«A todos nós mete confusão que haja jogadores a passar dificuldades. Mas não podemos misturar situações de jogadores que estão a passar dificuldades com outros que já receberam salários avultados», sublinhou o presidente da Liga.