A seleção cabo-verdiana de futebol está apurada para o CAN2015, depois de vencer Moçambique por 1-0. Os "tubarões azuis" passam a somar nove pontos, contra cinco da Zâmbia e Moçambique. Estas duas formações ainda se vão defrontar entre si. Mesmo que os três, Cabo Verde, Zâmbia e Moçambique, terminem com os nove pontos cada, Cabo Verde apura-se. O primeiro critério de desempate são os pontos obtidos entre as três formações e aí Cabo Verde tem seis. Zâmbia e Moçambique podem fazer cinco cada, ou um deles fazer sete e o outro quatro.

Depois da derrota no passado sábado em Maputo, os comandados de Rui Águas sabiam que tinham de "desforrar" em casa perante os "irmãos" dos PALOP. Rui Águas trocou e avançados, colocando Djaniny no lugar de Zé Luis. Kuca foi titular, em detrimento de Garry Rodrigues. No meio-campo, entrou Nuno Rocha para o lugar de Sita. Do lado moçambicano, João Chiçano não pode contar com Domiguez, lesionado, entrando Reginaldo para o seu lugar.

Os "tubarões azuis" entraram com os dentes afiados, lançando um assalto à baliza de Ricardo Campos, guarda-redes de Moçambique. Mas a equipa voltou a mostrar falta de eficácia, algo que levou ao desespero os 15 mil adeptos que encheram o Estádio Nacional.

Djaniny falhou o primeiro logo nos minutos iniciais, rematando para fora. Depois foi Kuca a aparecer isolado mas a perder no duelo com Ricardo Campos,o homem que ia mantendo Moçambique no jogo. Defesa espetacular do guarda-redes dos "mambas". Muito perto do intervalo, Miro apareceu no sitio certo a tirar o "pão da boca" de Odair, numa altura em que o jogador do Stade Reims preparava-se para desviar o centro de Babanco. E mesmo a terminar o primeiro tempo foi Nuno Rocha a cabeçar para defesa segura de Ricardo Campos.

Ao intervalo, o empate premiava a falta de eficácia dos "tubarões" mas também a forma como Moçambique defendia. Chiçano tentou jogar no erro do adversário, dando a bola a Cabo Verde, para depois sair em contra-ataque. Não surtiu efeito.

No segundo tempo, Ricardo Campos, o melhor em campo, voltou a ganhar o duelo com Kuca, num lance em que o avançado do Estoril-Praia de Portugal voltou a aparecer isolado.

Com o passar do tempo, Moçambique ia tendo mais dificuldades para sair para o ataque. No segundo tempo, a turma de João Chiçano quase que não atacou. Do outro lado, a seleção crioula ia criando oportunidades mas continua a não acertar com a baliza. A melhor oportunidade surgiu aos 63, com Fernando Varela a passar por dois contrários e a colocar em Djaniny que falhou de forma escandalosa.

Chiçano estava apreensivo, pela forma como a sua equipa era sufocada pelo adversário. Rui Águas, selecionador de Cabo Verde, aproveitou par refrescar a equipa, lançando Zé Luís e Heldon para os lugares de Djaniny e Odair Fortes. Mexidas que viriam a ser cruciais no resultado. Aos 78 minutos, após centro de Kuca, Heldon apareceu ao segundo poste a desviar para golo, antecipando a Miro. Era a loucura no Estádio Nacional de Cabo Verde. Até ao final, a turma crioula ainda reclamou uma grande penalidade por suposta falta de Miro sobre Heldon mas o árbitro mandou seguir.

Nos minutos finais, Moçambique tentou um último esforço para tentar chegar ao empate mas já não tinha "pernas". Restam aos "mambas" vencer a Zâmbia em casa e ir pontuar no Níger para garantir o apuramento ao CAN2015.

Cabo Verde apura-se assim pela segunda vez consecutiva, para a fase final da Taça das Nações Africanas.

Heldon voltou a ser decisivo, ele que tinha marcado o golo em Yaoundé que valeu a qualificação ao CAN2013 e fez também o golo frente a Angola que colocou Cabo Verde nos quartos-de-final da prova realizada na África do Sul.

* Artigo atualizado às 22h00