Os encarnados tinham perdido no primeiro encontro por 1-0, pelo que garantiram o direito de disputar a final da Taça de Portugal. Num jogo com muitas picardias, 12 amarelos e quatro expulsões, acabou por ser melhor o Benfica que jogou mais de uma hora com menos um jogador.
O FC Porto voltou a não ter argumentos para jogar contra uma equipa com menos um em campo, tal como tinha acontecido em Sevilha onde foi goleado por 4-1 e ainda sofreu um golo quando jogava com mais um jogador.
FC Porto (Positivo):
Num jogo onde até uma derrota pela margem mínima chegava para estar na final, é complicado destacar algo de positivo na equipa de Luís. A nível individual, Fernando esteve melhor que os restantes colegas, ganhando muitas bolas no meio-campo, distribuindo o jogo pelas alas. Até saída, Herrera era dos melhores do FC Porto, o único a tentar movimentos de rotura para quebrar a barreira defensiva do Benfica e que tentava acelerar o jogo pelo meio. Varela pouco se viu mas apareceu para fazer um grande golo e colocar o FC Porto em situação privilegiada para seguir em frente, o que não veio a acontecer.
FC Porto (Negativo):
Apanhado a jogar com mais um jogador desde o minuto 28, os Azuis-e-brancos não souberam tirar partido da situação e desbloquear as duas linhas do Benfica à frente da área de Artur. A circulação de bola foi sempre muito lenta, raramente houve variação de jogo de forma rápida para desposicionar o Benfica. E os movimentos de rotura que podiam funcionar para quebrar a defesa em linha dos Encarnados não se viram.
A nível individual, destaque para a atuação desastrosa de Diego Reyes. O jovem mexicano mostrou que ainda está muito "verde" e sem preparação para os grandes jogos. Foi na "cantiga" de Salvio e fez penálti que resultou no 2-1 para o Benfica, podia ter comprometido antes ao perder a bola para Rodrigo que só não deu golo porque o espanhol escorregou na área. Sem contar com vários outros erros de cálculo na altura de atacar a bola. Os laterais não desequilibraram, Danilo esteve menos mal que Alex Sandro que ficou a “dormir” no lance do primeiro golo do Benfica.
Os extremos do FC Porto não existiram. Quaresma foi visto a ver um amarelo numa entrada feia sobre Maxi e passou o resto do jogo em picardias com o lateral do Benfica. O amarelo cedo condicionou o jogo do Harry Potter. Esperava-se também mais de Defour mas também de Jackson, que andou mais em despiques com Garay. Mas também raramente foi servido em condições. As entradas de Quintero, Ghilas e Josué nada trouxeram ao jogo.
Benfica (Positivo):
A jogar com menos um desde a meia hora, Jorge Jesus passou a jogar em 4-4-1, com duas linhas de quatro homens e Rodrigo a pressionar a saída de bola do FC Porto. André Gomes justificou a titularidade com o golo da vitória mas também com uma excelente atuação no meio-campo, tanto a atacar como a defender. Salvio esteve em dois golos da equipa, marcando o primeiro e "arrancando" o penálti para o segundo. Fechou sempre bem o seu corredor, não dando espaços para a subida de Alex Sandro. Enzo Pérez encheu o meio-campo, lutou até a exaustão e, juntamente com os colegas, compensou a inferioridade numérica com entrega e raça.
Abandonado à sua sorte após a saída de Siqueira, Rodrigo correu quilómetros e incomodou muito a defesa do FC Porto. Ganhou quase sempre a Reyes e ainda ajudou a defender. Destaque também para a exibição segura de Jardel e para a forma como Maxi "secou" Quaresma. Em termos globais, há que destacar a forma como o Benfica defendeu e anulou a vantagem numérica do FC Porto. A equipa defendeu sempre como um bloco coeso, tirando espaço aos azuis-e-brancos. E mesmo com menos um, a formação de Jesus ainda teve tempo para contra-atacar com perigo.
Benfica (Negativo):
Pela negativa, apenas a meia hora de Siqueira. O lateral brasileiro foi imprudente na forma como entrou sobre Quaresma numa altura em que já tinha amarelo. A sua expulsão deixou a equipa em situação complicada e obrigou os seus companheiros a "correr por dois" durante uma hora.
Uma palavra ainda para Pedro Proença. O melhor árbitro português da atualidade perdeu-se em cartões, mostrando alguns amarelos em lances que não justificavam e deixando outras entradas duras passarem em claro. Não usou do mesmo critério e acabou por condicionar a atuação de alguns jogadores. Permitiu o antijogo do Benfica, assim como muito "teatro" dos jogadores, cada um tentando "sacar" um cartão contra um adversário.
Comentários