A promotora da Superliga Europeia afirmou esta quinta-feira (14), num julgamento em Madrid, que a UEFA está "a tentar matar [a competição] há três anos", considerando que já sofreu "prejuízos não quantificáveis".

"Há três anos a UEFA tenta matar a Superliga", afirmou Fernando Giménez, advogado da empresa A22, promotora da Superliga, no Tribunal Comercial de Madrid onde ocorre o julgamento.

A juíza Sofía Gil deverá decidir se o organismo europeu de futebol, com as suas regras de 2021, abusou de sua posição de domínio para impedir a criação da Superliga e travar a livre concorrência.

Fernando Giménez defendeu que esta associação de futebol europeu utilizou a sua posição domiinante no mercado da modalidade para impedir a criação de uma nova competição, destinada a rivalizar com a Liga dos Campeões.

Argumentando com a resolução do Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) de dezembro de 2023, a acusação frisou que, no momento da queixa em Madrid, a UEFA não possuía critérios claros para autorizar ou não novas competições, que não tivessem relação com a própria.

"Não houve nada, se autorizava ou não pela livre vontade da UEFA", disse o advogado Fernando Izurzun, representante da Superliga Europeia, para quem existe um claro conflito de interesses para que a UEFA, como proprietária de uma competição, se reserve no direito de autorizar outros campeonatos sem legislação que a proteja.

Para o TJUE, a UEFA e a FIFA "são empresas e os seus regulamentos são decisões de empresas. A decisão em nenhum momento qualifica a FIFA e a UEFA como organizações responsáveis pelo futebol e pelo desporto, fala sempre de associações responsáveis pelo desporto, e indica também que a posição dominante de ambos é indiscutível", disse Giménez.

Para o advogado, a A22 "viu fechada a sua entrada num mercado em que a concorrência deve existir. É vítima de condutas anticompetitivas e os danos são imensuráveis".

Izurzun, insistiu, por sua vez, que o desporto não pode ficar de fora das regras gerais da União Europeia (UE), insistindo que a livre concorrência "é um princípio constitucional da UE".

O advogado da Superliga recordou ainda que "o formato anunciado (desta competição) nunca foi um projeto fechado" e que "a intenção (dos clubes) sempre foi de continuar a competir nas ligas nacionais".