O presidente da Federação de Triatlo de Portugal disse hoje que entende o adiamento dos Jogos Olímpicos Tóquio2020 do ponto de vista organizativo, mas alerta para “um ano de incógnitas” na preparação que estava “a correr bem”.

“Do ponto de vista organizativo e das federações, era uma alteração necessária, mas, agora, temos todos de nos reorganizar para mais um ano de preparação, onde vamos ter os atletas um ano mais velhos, mas com mais um ano de experiência”, vincou Vasco Rodrigues.

Os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021, devido à pandemia da covid-19, anunciaram hoje o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, em comunicado.

“Nas presentes circunstâncias e baseado nas informações dadas hoje pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o presidente do COI [Thomas Bach] e o primeiro-ministro do Japão [Shinzo Abe] concluíram que os Jogos da XXXII Olimpíada em Tóquio devem ser remarcados para uma data posterior a 2020 e nunca depois do verão de 2021”, lê-se no comunicado.

Para o presidente da Federação de Triatlo de Portugal, os atletas portugueses estavam “preparados para as duas situações”, mas a preparação estava “a correr bem”.

“[Esta decisão] Tem coisas boas e más. Temos mais um ano de preparação, mas eles estavam a sentir-se bem, e tínhamos acertado com o modelo de preparação”, explicou.

Vasco Rodrigues vê agora o próximo ano como uma “incógnita”, mas que até pode resultar em “melhores prestações”.

O adiamento da prova prevista para este verão no Japão resultou ainda num aumento de probabilidades em apurar a equipa de estafeta mista, acrescentou.

“Sem o evento de qualificação, as coisas estariam complicadas para nós, mas agora serão redefinidas as regras e pode ser melhor para nós”, sublinhou.

Com o apuramento a decidir-se através de um ‘ranking’, Vasco Rodrigues não se mostra preocupado com os atletas que já garantiram um lugar, mesmo que o prazo para o encerrar seja estendido.

“Aqueles três atletas, o João Silva, o João Pereira e a Melanie Santos, são atletas que muito dificilmente não estarão nos Jogos, pelos pontos que já somaram”, destacou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

Em Portugal, há 30 mortes, mais sete do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista mais 302 casos do que na segunda-feira.

Dos infetados, 203 estão internados, 48 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 22 doentes que já recuperaram.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.