O português Pedro Ferreira foi galardoado, esta noite, como treinador do ano na quarta gala do desporto cabo-verdiano, um evento em que o campeão do mundo paralímpico Márcio Fernandes foi distinguido como personalidade do ano e alto prestígio.

Em declarações â agência Lusa, Pedro Ferreira, que é coordenador das seleções de andebol de Cabo Verde e treinador da seleção de sub-21, não escondeu a felicidade e disse que é o reconhecimento do trabalho que há dois anos e meio desenvolve em Cabo Verde.

Durante esse período e tendo como ponto alto o segundo lugar da seleção de andebol de sub-21 na fase mundial do Challange Trophy, Pedro Ferreira salientou que o trabalho tem sido feito com "muita competência", para poder ultrapassar as dificuldades da conjuntura cabo-verdiana e fazer com que a modalidade de andebol cresça ainda mais.

"Quando cheguei a Cabo Verde vi que era preciso investir muito na formação. Há uma lacuna nos aspectos da formação. Sabendo que existe um potencial muito grande nos atletas era preciso fazer um trabalho de formação", referiu o técnico, de 34 anos, que é também professor de Educação Física e de Andebol.

A nível pessoal, Pedro Ferreira garantiu que está feliz em Cabo Verde, onde deseja continuar o trabalho que lhe tem dado "algum retorno". "É um excelente país para apostar e para me dedicar", reforçou, informando que tem sido acompanhado e felicitado em Portugal.

Antes de chegar a Cabo Verde, Pedro Ferreira, natural de Guimarães, treinou as equipas locais de Fermentões e do Francisco de Holanda, em Braga dirigiu o ISAVE e a seleção regional, a Maria Baleia, de Povoa do Lanhoso, e nos escalões de formação da seleção portuguesa.

A quarta gala do desporto cabo-verdiano, organizada pela Direção Geral dos Desportos (DGD), atribuiu ainda mais nove prémios, com destaque para o campeão do mundo paralímpico Márcio Fernandes, que foi galardoado como personalidade do ano e prémio alto prestígio, tendo sido aplaudido de pé no Salão Nobre da Assembleia Nacional cabo-verdiana.

Numa noite também de muita música, dança e demonstrações, foram ainda atribuídos os prémios para árbitro do ano (Glenda Araújo), jornalista (Vítor Hugo Fortes), jovem promessa (Jussara da Paz), instituição (CV Telecom), equipa (Atlético de São Vicente - voleibol), atleta feminino (Manaus) e atleta masculino do ano (Mário Correia).

O diretor geral dos Desportos, Gerson Melo, disse à Lusa que a quarta gala do desporto realizada neste formato, é uma aposta ganha e para continuar, tendo destacado também a "qualidade" do espectáculo e o facto de pela primeira vez ser transmitida pela televisão pública.

O dirigente governamental notou que este ano foi "o melhor" do desporto cabo-verdiano. "Não há registo de um ano tão bom como este. São muitos anos de muito trabalho, de muito sacrifício e penso que todos os atores desportivo devem sentir-se orgulhosos", afirmou.

Além da medalha de ouro do Márcio Fernandes, Gerson Melo enumerou outras medalhas em competições africanas, a participação das diferentes selecções em provas continentais e mundiais, a entrada do Edy Walter Tavares para o NBA, entre outras conquistas individuais.

Reconhecendo que se trata de mais responsabilidade para os próximos anos, Gerson Melo apelou a mais trabalho e melhor organização de todos e avançou que a aposta continuará a ser nas infraestruturas, na formação e na participação em competições.

A gala do desporto foi orçada em 8 milhões de escudos (72,5 mil euros), sendo 22,6 mil euros da DGD e o restante de parceiros e patrocinadores. Para os prémios foram distribuídos 20,8 mil euros.