José Carlos Pinto (Benfica) considerou hoje “fantástico” ter conseguido superar o recorde nos 800 metros dos Campeonatos de Portugal de atletismo em pista coberta, que estava na posse de Rui Silva há 22 anos.

“Chegar aqui e bater o recorde dos campeonatos, do mítico Rui Silva, é fantástico. Fica a faltar a marca para os Europeus. Acho que posso chegar mais perto no ranking. Espero estar dentro das contas, apesar de não ter feito marca de referência. Mas, bater recorde pessoal duas vezes em duas semanas é excelente”, afirmou José Carlos Pinto, em declarações à agência Lusa.

O atleta do Benfica, treinado por João Abrantes, cumpriu as quatro voltas à pista instalada na Expocentro, em Pombal, em 1.47,97 minutos, tornando-se pentacampeão da distância, com a quarta melhor marca nacional de sempre, batendo o anterior recorde da competição, os 1.48,53 que valeram o título português a Rui Silva, em 2001.

Nos 60 metros barreiras, Olímpia Barbosa (Sporting) também conquistou o seu quinto título de campeã, com o seu novo recorde pessoal em 8,16 segundos.

“Já andava a perseguir esta marca desde o início da época, infelizmente não é suficiente para os Campeonatos da Europa, mas estou satisfeita”, referiu Olímpia Barbosa, que também igualou o recorde da competição nacional.

Numa das provas mais disputadas da segunda jornada da 37.ª edição dos Campeonatos de Portugal de atletismo em pista coberta, Marta Pen (Benfica) bateu o seu recorde pessoal nos 3.000 metros, um dia depois de se ter sagrado campeã nos 1.500, conseguindo, com 8.53,44 minutos, a sexta melhor marca nacional de sempre.

“Nunca me senti tão confortável nesta distância. Estava a ouvir as marcas de passagem e até estava a achar estranho. Acho que o selecionador de meio-fundo, António Sousa, provou que se pode correr rápido em Portugal e conseguir marcas, mas é preciso condições e provas em sítios regulamentares e 'lebres' no meio-fundo. O talento está aí, os clubes estão a investir, temos treinadores apaixonados, por isso, precisamos das melhores condições possíveis”, afirmou Marta Pen.

Apesar de ter ficado a escassos cinco segundos da marca de qualificação direta para os Europeus em pista coberta – que conseguiu no sábado na distância inferior –, Marta Pen recusou qualquer sentimento de frustração.

“Não quero viver com o copo meio cheio, nem com o copo meio vazio, quero beber o que está no copo, hoje foi 8.53 minutos, é um recorde pessoal enorme, eu vou beber o que está no copo e vou ficar feliz. O meu objetivo é subir na distância este ano, sem deixar os 1.500 metros, e fazer uma qualificação para os Mundiais nos 5.000. Para quem achava que não ia fazer pista coberta, e está a fazer melhores marcas de sempre, só tem de estar feliz”, vincou.

Nesta mesma prova, Pen bateu Mariana Machado (Sporting de Braga), que já estava qualificada para os Campeonatos Europeus, que vão ser disputados em Istambul, na Turquia, entre 02 e 05 de março, e conseguiu a marca de referência.

“Todas estávamos com objetivo de vencer. A Marta esteve mais forte, a prova também foi num ritmo rápido desde início. Apesar de eu ter querido correr rápido, tive uma viagem muito cansativa, continuei a ir para o hospital no estágio, e nem sempre é possível estar na minha melhor forma. Mesmo assim, saio satisfeita, porque queria fazer abaixo dos nove minutos, para me aumentar a confiança, mas não conseguia aguentar o ritmo no final”, explicou a atleta minhota, em declarações à Lusa.

No triplo salto, Patrícia Mamona (Sporting) continua a ser a ‘rainha’, ao somar o seu 10.º título de campeã ‘indoor’, o quarto consecutivo, com 14,25 metros, uma semana depois de ter igualado a melhor marca europeia do ano (14,41 da ucraniana Maryna Bekh-Romanchuk, campeã europeia ao ar livre em 2022 e vice em pista coberta).

“Na semana passada vim para ganhar confiança e ter a certeza de que estava bem, provei que estava, e hoje foi para saltar mais rápido, porque ainda tenho tempo para saltar mais”, rematou Mamona.