O Benfica sagrou-se hoje bicampeão nacional de basquetebol, ao vencer novamente no reduto do Sporting, agora por 101-85, no quarto encontro da final dos play-offs, que ganhou por 3-1.
Depois do apito final, o Benfica recusou receber o troféu no Pavilhão João Rocha, em protesto contra a Federação Portuguesa de Basquetebol e o seu Conselho de Disciplina.
Os encarnados criticaram o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Basquetebol por permitir que Travante Williams, base do Sporting que foi expulso e, mais tarde, identificado depois de ter empurrado um polícia no túnel de acesso aos balneários, ser utilizado neste quarto encontro dos play-off.
O palco foi montado no centro do Pavilhão João Rocha, mas só os jogadores do Sporting e a equipa de arbitragem subiram para receber as respetivas medalhas. A comitiva do Benfica recolheu aos balneários.
Nas suas plataformas digitais, os encarnados pedem aos seus adpetos para irem ter ao Pavilhão da Luz festejar com os jogadores a conquista deste título de basquetebol.
Eis o comunicado do Benfica:
"O Sport Lisboa e Benfica informa que os bicampeões nacionais não vão participar na cerimónia oficial de entrega do troféu de campeão nacional, dado o comportamento discriminatório e inaceitável por parte da Federação Portuguesa de Basquetebol e do seu Conselho de Disciplina, presidido por Carlos Filipe. Os bicampeões irão comemorar a conquista deste Campeonato com os Benfiquistas no Pavilhão Fidelidade do Estádio da Luz, que estará de portas abertas para receber todos os adeptos".
A formação da Luz, que na época passada tinha selado o cetro no Dragão Arena, casa do FC Porto, reforçou a liderança do ranking de vencedores, somando agora 29 títulos, contra 12 dos ‘dragões’ e nove do Sporting.
Esta tarde, antes do quarto jogo deste play-off, o Benfica mostrou-se “estupefacto” pela decisão “parcial e totalmente enviesada” do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Basquetebol, que despenalizou o sportinguista Travante Williams, permitindo-lhe que fosse a jogo este domingo.
“O Sport Lisboa e Benfica declara-se estupefacto e condena de forma veemente a decisão parcial e totalmente enviesada do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Basquetebol relativa à agressão a um agente da autoridade por parte do atleta do Sporting Travante Williams”, lê-se em comunicado publicado no sítio oficial das ‘águias’ na Internet.
Na sexta-feira, no terceiro jogo da final do campeonato português de basquetebol, que o Benfica venceu por 101-57, Travante Williams foi expulso durante o intervalo devido a uma falta desqualificante, que, de acordo com os regulamentos, envolve contacto físico excessivo ou violência, com a imprensa desportiva a avançar que o sportinguista terá alegadamente empurrado um agente da autoridade.
O Benfica prossegue o comunicado comparando o caso de Williams com o do seu basquetebolista Ivan Almeida, que em abril foi suspenso preventivamente por 30 dias por alegada “tentativa de ofensa à integridade física de juiz” e “ameaças”, numa “situação muito menos clara e grave, potenciada por um relatório com inúmeras incongruências”, segundo os ‘encarnados’.
“Já no caso do atleta do Sporting, pese embora a comprovada e indiscutível agressão protagonizada por Travante Williams a um agente da autoridade, conseguiu o mesmo Conselho de Disciplina, e o seu presidente, Carlos Filipe, encontrar argumentos que justifiquem não só a desresponsabilização do atleta como a redução da sua pena de expulsão”, notam.
Para o clube da Luz, tal configura “uma manifesta proteção a um clube, o Sporting, e uma clara perseguição a outro, o Sport Lisboa e Benfica”.
“Dois casos, dois jogadores, dois clubes e duas decisões opostas: Travante Williams agrediu um agente da autoridade e foi expulso, mas vai jogar hoje com o Benfica; Ivan Almeida foi acusado de tentar agredir um árbitro, tendo-se comprovado depois que tal era falso, mas foi suspenso durante um mês! Incompreensível e inaceitável”, salientam.
Os ‘encarnados’ defendem ainda que “o Conselho de Disciplina e o seu presidente não têm por missão exercer a sua 'clubite' e repetida antipatia pelo Benfica, mas garantir justiça e respeito por todos os clubes e atletas”.
“Trata-se, por isso, de uma decisão lamentável e condenável, ao arrepio de todos os princípios de equidade e credibilidade que se pretendem para o basquetebol em Portugal”, sustentam.
Numa nota final, o Benfica alega ainda que, ao contrário do que está escrito no acórdão do Conselho de Disciplina, “o agente da autoridade vítima de agressão não aceitou prontamente desculpa alguma”, tendo sim, “de forma corajosa, resistindo a muitas pressões”, apresentado queixa de Williams, apoiado pelo Sindicato da PSP.
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