O colégio de comissários da Volta a Portugal em bicicleta atribuiu hoje o mesmo atraso de 4.44 minutos para os fugitivos na oitava etapa, na sequência da neutralização provocada pelo engano do pelotão.

“Devido a um erro de percurso do pelotão a 10 quilómetros da chegada, a corrida foi neutralizada, sendo dada uma nova partida 6.50 minutos após. O tempo do pelotão à chegada será o mesmo para todos os corredores”, lê-se no comunicado oficial da organização.

O espanhol Jesus Ezquerra (Sporting-Tavira) conquistou hoje a primeira vitória desde o regresso dos ‘leões’ à modalidade, no início do ano, no final dos 208,5 quilómetros, entre a Nazaré e Arruda dos Vinhos, com o tempo de 5:02.04 horas.

O pelotão chegou 4.44 minutos depois, com o espanhol Gustavo Veloso (W52-FC Porto), bicampeão em exercício e segundo na geral, à cabeça, no sétimo lugar, depois dos outros cinco elementos da fuga do dia.

Sem comentar a decisão do colégio de comissários, o diretor da corrida, Joaquim Gomes, considerou que esta foi “a solução óbvia”, reconhecendo algum benefício para os corredores que iam atrasados, por reagrupar todos os restantes 111 corredores.

“Foi uma injustiça para alguns corredores que vinham atrasados, mas, se vinham atrasados, estavam muito atrás na geral, não tem influência na corrida. Se estavam a 40 minutos dos primeiros, vão terminar a 38. O importante é que havendo um engano a verdade desportiva foi reposta. É algo que acontece”, referiu.

Apesar de lamentar o engano, Joaquim Gomes enalteceu a reposição da verdade desportiva na etapa.

“Obviamente que estamos na Volta a Portugal, um evento muito mediático, mas sinto-me obrigado a dizer que há modalidades em que se ganham campeonatos do mundo com golos marcados com a mão. No ciclismo isso não acontece, sempre que há um engano, repõe-se a verdade. Foi pena ter acontecido a uma organização de altíssimo nível, mas no melhor pano cai a nódoa”, rematou.