A 24.ª Volta a Portugal do Futuro em ciclismo, reservada a atletas sub-23 e hoje apresentada, será uma das edições mais exigentes de sempre, beneficiando os trepadores mas também dando oportunidades aos velocistas.

"Com um percurso exigente, em que os velocistas não deixarão de ter oportunidades, só quem lidar bem com a montanha terminará nos primeiros lugares da geral", disse hoje o diretor da prova, Joaquim Gomes.

A competição, que decorre entre 14 e 17 de julho, foi hoje apresentada em Soure, vila do distrito de Coimbra que recebe a partida da primeira etapa e integra o percurso da segunda etapa.

De acordo com a organização, já confirmaram a presença na competição 12 equipas (seis portuguesas, cinco espanholas e uma colombiana), sendo que cada formação pode participar na Volta a Portugal do Futuro com um mínimo de cinco ciclistas e um máximo de oito, entre os 19 e 23 anos, feitos a 01 de janeiro de 2016.

Com um total de 537,1 quilómetros, divididos em quatro etapas, a Volta a Portugal do Futuro concentra as suas dificuldades nos dois últimos dias.

Na terceira etapa, uma ligação de 134,1 km entre Lousada (Porto) e Boticas (Vila Real) haverá quatro contagens de montanha (duas de primeira e outras duas de terceira categoria), que representam "os principais problemas" para o jovem pelotão.

No último dia, a tirada mais curta, com 119,4 quilómetros, vai ligar Boticas à Serra do Larouco (Montalegre) e os candidatos terão de se mostrar da subida final para a meta, que coincide com contagem de montanha de primeira categoria, no terceiro ponto mais alto de Portugal (1.525 m).

Os ciclistas portugueses dominam o palmarés da Volta a Portugal do Futuro (competição que tem um orçamento de cerca de 130 mil euros) com 16 vitórias em 23 edições já realizadas - Joaquim Gomes, o diretor de prova, foi o primeiro vencedor, em 1993 - tendo-se ainda registado seis vitórias espanholas (a última das quais em 2015) e uma russa, em 2010, de um ciclista que corria por uma formação espanhola.

Presente na sessão de hoje, o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, Delmino Pereira, duas vezes campeão nacional de estrada, frisou que a prova "se destina aos mais jovens", sublinhando a importância da formação no âmbito do calendário internacional da modalidade.

Além das equipas portuguesas e espanholas, Delmino Pereira destacou a presença da formação colombiana, país "que se está a afirmar como uma grande potência mundial" no ciclismo jovem.

Já Nuno Moita, presidente da Associação de Desenvolvimento Terras de Sicó, parceira da competição e que engloba os municípios de Soure, Condeixa-a-Nova, Penela, Pombal, Ansião e Alvaiázere, disse que a parceria com a organização da Volta a Portugal do Futuro (formalizada em 2015 e que representa um investimento de 61.500 euros em dois anos) "faz parte da estratégia de promoção da região" que espera possa vir a ser reforçada "com mais presença e mais tempo" de ciclistas.

Mário Nunes, autarca de Soure, sublinhou a aposta na formação desportiva de jovens ciclistas e disse que aquele município está aberto a receber competições nacionais, contando para isso com cerca de 300 camas em unidades hoteleiras de quatro estrelas.