O presidente da Federação Portuguesa de Vela, José Manuel Leandro, garante que a modalidade está «pacificada» e que Portugal vai mesmo para os Jogos Olímpicos de Londres com uma representação recorde em oito Classes e a pensar numa medalha.
Antes do início do Mundial da Classe Laser em Boltenhagen, na Alemanha, Leandro disse esperar que Gustavo Lima consiga a qualificação olímpica e consiga estar em Londres para conseguir «algo muito importante», depositando ainda esperanças em João Rodrigues em RS:X e na dupla de 470 Álvaro Marinho/Miguel Nunes.
O líder da FPV sublinha, aliás, que «os velejadores estão a trabalhar fantasticamente bem e imbuídos do espírito de equipa, compenetrados e motivados», mostrando-se confiante numa «representação condigna» na capital inglesa.
Após a “tempestade” institucional entre a FPV e a Secretaria de Estado do Desporto, que levou à suspensão de verbas e a passagem da preparação para Londres2012 para o Comité Olímpico de Portugal, e os problemas internos que culminaram com a criação de uma federação paralela, Leandro garante que a «travessia no deserto terminou».
«A razão vem sempre ao de cima. A vela está pacificada. Todos os agentes da vela estão imbuídos do mesmo espírito. As pessoas que tentaram fazer mal à vela já não estão entre nós, felizmente», comentou, acrescentando que a FPV está agora empenhada em recuperar a «credibilidade» e «relançar a modalidade».
A mudança de titular na Secretaria de Estado do Desporto, agora liderada por Alexandre Mestre, e o apoio do novo presidente do Instituto do Desporto de Portugal, Augusto Baganha, foram importantes para o serenar das relações institucionais.
O “tempo cinzento” da gestão do projeto olímpico pelo COP também não foi esquecido e desabafa que «qualquer outro teria saído» quando o Estado suspendeu as verbas à federação, o dirigente diz ser um «otimista» e que sempre acreditou que a FPV «iria dar a volta por cima».
O presidente diz «não encontrar razões para explicar» a decisão do anterior secretário de Estado, Laurentino Dias, e garante que houve «prejuízos» na preparação, que foram «minorados» quando a federação retomou a capacidade legal e institucional.
A relação com alguns velejadores também foi tensa. Leandro admite que houve um «período complicado», com «equívocos e desentendimentos», mas a situação serenou após o Mundial de Classes Olímpicas de Perth, no final de 2011, quando «os velejadores compreenderam que a federação está com eles».
Neste momento, o espírito «é fantástico e os velejadores só pensam em treinar e estar no melhor momento de forma nos Jogos Olímpicos».
Apesar de todas as verbas estarem em dia, Leandro mostra-se apreensivo com uma eventual redução das dotações no próximo contrato-programa e com os elevados custos do estágio em Weymouth – local onde vai realizar-se o torneio olímpico de vela -, embora acredite que o Instituto Português do Desporto e Juventude e o COP estão atentos à situação.
Na reta final para os Jogos de Londres2012, o presidente da FPV é claro ao afirmar que «os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro serão o grande objetivo» para uma presença mais consolidada da vela portuguesa.
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