O espanhol Alex Rins venceu hoje o Grande Prémio da Austrália de MotoGP, depois de largar da 10.ª posição, numa prova em que Francesco Bagnaia saltou para o comando do campeonato e Miguel Oliveira recuperou 12 posições.

Na mais emocionante corrida do ano, esta 18.ª das 20 rondas do Campeonato do Mundo de Velocidade foi ganha por Rins (Suzuki), que terminou as 27 voltas com o tempo de 40.50,654 minutos, batendo o compatriota Marc Márquez (Honda) por 0,186 segundos e o italiano Francesco Bagnaia (Ducati) por 0,224.

Miguel Oliveira (KTM), que largou do 24.º e último lugar da grelha de partida devido a uma penalização por ter treinado o procedimento de partida ainda com a qualificação a decorrer, terminou na 12.ª posição, mesmo depois de ter cumprido também uma 'long lap penalty' (teve de fazer a versão mais longa do traçado australiano), por ter atrapalhado a qualificação do italiano Enea Bastianini (Ducati).

O português cruzou a meta a 13,606 segundos do vencedor depois de ter recuperado 12 posições.

A chuva que se abateu sobre o circuito de Philip Island logo ao início da manhã deixava boas perspetivas ao piloto português, que registou o quarto melhor tempo na sessão de 'warm up'.

Mas o tempo melhorou e a corrida foi já disputada com sol e piso seco.

Alex Rins, que saiu da 10.ª posição, arrancou mal e, à terceira volta, era 11.º.

O piloto espanhol encetou, então, uma recuperação, beneficiando de alguns incidentes. Primeiro, o erro do francês Fábio Quartararo (Yamaha), que chegava a esta prova na liderança do campeonato, com dois pontos de avanço para ‘Pecco’ Bagnaia, mas que saiu largo numa das curvas do circuito australiano e desceu para 22.º.

Também Alex Márquez (Honda) falhou uma travagem e abalroou o australiano Jack Miller (Ducati), que corria em casa. O erro vai custar uma 'long lap penalty' na próxima prova ao piloto espanhol.

Quartararo, que não vence desde a 10.ª prova da temporada, na Alemanha, tentou recuperar terreno, mas acabou por abandonar na 11.ª volta, quando já era 15.º, devido a uma queda.

A conquista do bicampeonato ficava, assim, comprometida, pois Bagnaia lutava, nessa altura, pelo pódio.

Incitado pela informação do abandono do rival, que só pontuou uma vez nas últimas quatro corridas (oito pontos no Japão), Bagnaia atacou a liderança, que alcançou na 15.ª volta.

Parecia embalado para a vitória e para o título, mas Alex Rins não baixou os braços e foi na peugada do italiano, mostrando que a decisão da Suzuki de abandonar o campeonato no final da temporada foi precipitada.

Rins apanhou Bagnaia a sete voltas do fim, mas o italiano respondeu. Nessa fase, a frente da corrida parecia um autêntico carrossel, pois Marc Márquez também lutava pelo pódio. Rins ainda baixou do primeiro ao quarto lugar mas, na última volta, conquistaria definitivamente o primeiro lugar, levando atrás de si Marc Márquez.

Bagnaia contentou-se com o degrau mais baixo do pódio, que o deixa na liderança do campeonato pela primeira vez este ano, com 14 pontos de vantagem sobre Quartararo, quando faltam disputar duas rondas.

A meio do campeonato, quando o francês venceu na Alemanha, Bagnaia tinha 81 pontos de atraso para o piloto da Yamaha.

De então para cá, o piloto da Ducati venceu quatro corridas, somando ainda um segundo e dois terceiros lugares, enquanto Quartararo subiu apenas por uma vez ao pódio, na Áustria (foi segundo).

“Quando vi que Fábio [Quartararo] estava fora, disse para mim que vencer, mas se não vencesse também. Estou na liderança do campeonato e estou muito feliz”, disse Francesco Bagnaia, no final.

Alex Rins foi o sétimo piloto diferente a vencer esta temporada, depois de Bagnaia, Quartararo, Miguel Oliveira, o espanhol Jorge Martin (Ducati), o italiano Enea Bastianini (Ducati) e o espanhol Aleix Espargaró (Aprilia), que hoje foi nono, mas ainda sonha com o título.

A última vitória de Rins tinha sido no GP de Aragão de 2020.

Já Marc Márquez atingiu hoje os 100 pódios na categoria rainha, 139 no Mundial de Velocidade, sendo já o quinto melhor da história neste capítulo.

O quarto lugar do italiano Marco Bezzecchi (Ducati), valeu a conquista ao piloto da equipa de Valentino Rossi o título de 'rookie' [estreante] do ano.

Com estes resultados, Francesco Bagnaia tem, agora, 233 pontos, mais 14 do que Fábio Quartararo, que baixou ao segundo lugar. O piloto francês liderava o campeonato desde o GP de Portugal, quinta ronda da temporada.

Já Miguel Oliveira perdeu duas posições e é, agora, 10.º classificado, com 135 pontos, a dois do oitavo, que é agora Alex Rins.

A próxima ronda é o GP da Malásia, em Sepang, no próximo domingo.