O Mundial de futebol feminino tem sido marcado pelo conflito interno entre a seleção feminina norte-americana, campeã em título e principal favorita à conquista do troféu, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. As futebolistas norte-americanas criticaram a diferença de salários em relação aos homens, o que levou Trump a pronunciar-se sobre o assunto, lembrando que há uma explicação para tal desequilíbrio.

"Acredito que tem também a ver com a economia. Vamos ser sinceros: quem atrai mais adeptos? Quem garante mais dinheiro?", questionou o responsável da Casa Branca, em declarações ao portal 'The Hill'.

"Algumas super estrelas como, por exemplo, Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi recebem muito dinheiro, mas eles atraem centenas de milhares de adeptos. Ainda não tomei nenhuma posição sobre o assunto. Agora, gosto muito do futebol feminino e até vi o jogo de ontem. Elas são muito talentosas", acrescentou.

Nesta contestação a Donald Trump há um nome que se destaca. Megan Rapinoe, que marcou os dois golos que colocaram a equipa nos quartos de final do Mundial 2019, ficou famosa por não cantar o hino e não colocar a mão no peito, em forma de protesto contra as posições assumidas pelo presidente norte-americano.

Em entrevista ao blogue brasileiro Dibradoras, a atleta justificou esta atitude. "Como uma americana gay, eu sei o que significa olhar para essa bandeira e não tê-la como símbolo de proteção à sua liberdade. É algo pequeno que eu poderia fazer e planeio continuar a fazer para tentar espalhar uma discussão importante sobre isso (...) Acho que nunca mais vou colocar a mão no peito e cantar o hino nacional de novo", disse a jogadora da Califórnia.

Aliás, antes de um jogo particular, junto ao banco de suplentes, Rapinoe ajoelhou-se durante o hino nacional dos Estados Unidos. O gesto foi uma manifestação de apoio a Colin Kaepernick, jogador de futebol americano que semanas antes tinha começado a ajoelhar-se durante o hino, antes do início dos jogos da NFL, em protesto contra a brutalidade policial no país.

Trump também reagiu à atitude da veterana, que para a semana celebra 34 anos de idade, considerando que a mesma "não foi apropriada". Megan Rapinoe já respondeu e garante que não irá "à m… da Casa Branca" se a seleção norte-americana conquistar o Mundial. "Não. Não vou à Casa Branca. Não vamos ser convidadas. Duvido muito", atirou a veterana.

Recorde-se que os Estados Unidos vão defrontar a França, anfitriã deste Campeonato do Mundo, na próxima sexta-feira, em jogo dos quartos de final.