Na apresentação do programa, hoje, nos Mosteiros dos Jerónimos, em Lisboa, o historiador José Manuel Garcia, que faz parte da organização das comemorações, realçou a "figura imortal" que é Vasco da Gama (1468-1524), na História universal, ao ter dado início à relação regular entre o Ocidente e o Oriente.
"Não há dúvida que Vasco da Gama marca o início de uma nova época entre o Ocidente e o Oriente", afirmou Garcia.
Para o historiador, Vasco da Gama é "uma figura universal e decisiva e tudo o que se faça por ele é pouco".
O programa comemorativo inclui um concerto, um ciclo de conferências e um conjunto de publicações, com um orçamento de cerca de 100.000 euros, provenientes do Fundo de Fomento Cultural, disse a ministra.
Dalila Rodrigues realçou que, com estas comemorações, o seu ministério "pretende estimular outras instituições a elaborarem e a concretizarem os seus próprios programas celebrativos".
As comemorações iniciam-se no dia 16 de dezembro, às 17:30, com a colocação de uma coroa de flores, pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, no túmulo de Vasco da Gama, no Mosteiro dos Jerónimos, seguindo-se o concerto "Mares", sob a direção do maestro Nuno Corte-Real, pela Orquestra de Câmara Darcos e o Officium Ensemble, no grande auditório do vizinho Centro Cultural de Belém.
O programa do concerto inclui a peça "Fratres", de Arvo Pärt, e o "Magnificat Manuelino", de Corte-Real, que estreou em 2021, por ocasião dos 500 anos da morte do rei Manuel I.
O ciclo de conferências acontecerá em três locais relacionados com a memória de Vasco da Gama, e inicia-se a 06 de janeiro, na Sociedade de Geografia de Lisboa, seguindo-se, a 15 de fevereiro, o Centro de Artes de Sines, terra natal de Vasco da Gama. No dia 15 de março, o ciclo continua na Biblioteca Doutor Palma Caetano, na Vidigueira.
O programa comemorativo é uma iniciativa do Ministério da Cultura e tem como objetivo "garantir que figuras históricas desta importância e ciclos evocativos como estes 500 anos façam parte da oferta cultural que o Ministério da Cultura tem que garantir", afirmou Dalila Rodrigues.
"Eu tenho por formação e vocação, e obrigação, celebrar a História e valorizar a prática historiográfica", afirmou Dalila Rodrigues.
A escolha do início das comemorações a 16 de dezembro próximo foi no sentido de incluir no calendário a data da morte do navegador, no dia 24 de dezembro de 1524 em Cochim, no sul da Índia, explicou a ministra. À agência Lusa, Dalila Rodrigues disse estar previsto deslocar-se à Índia em janeiro próximo.
Sobre o projeto editorial, que será dirigido pelo diretor da Biblioteca Nacional de Portugal, Diogo Ramada Curto, a ministra afirmou que vai "desmontar criticamente os aspetos ligados à memória, das figuras e da sua relação com os lugares".
A obra, a editar no princípio do próximo ano, reúne 30 investigadores e dividir-se-á em cinco partes, desde as questões políticas às sociais e religiosas, passando pelo lado cultural.
Vasco da Gama viveu em Lisboa, junto ao Chafariz d'El Rei, no bairro de Alfama, e foi da capital que partiram as três viagens que efetuou à Índia, em 1497, 1504 e a última, em 1524, vindo a morrer como vice-rei da Índia.
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