Depois da transformação repentina da equipa do Sporting que passou de 8 para 800, ao realizar uma excelente e surpreendente exibição frente ao Vitória de Setúbal. Esta mudança gerou no espírito do público uma enorme expectativa. Uns diziam que foi um jogo ocasional. Outros afirmaram que aconteceu porque o Vitória foi um débil opositor.
Os mais cépticos não acreditavam no que estavam a ver e adiantavam – aguardemos pelo jogo com a Lázio de Roma. Os saudosistas, felizes argumentavam – mas que espectáculo? Já não via um jogo do Sporting tão agradável desde…
Por tudo isto o jogo frente à equipa italiana era uma espécie de teste para o conjunto leonino. A Lázio apesar de não estar na alta-roda europeia, tem mais qualidade, maior dimensão do que os sadinos. A dúvida era se os leões mantinham, diminuíam ou aumentavam a qualidade de jogo apresentada na 6ª jornada?
Mal se iniciou o jogo a equipa do Sporting impôs um ritmo diabólico, com uma envolvência constante graças às adequadas movimentações dos seus jogadores. Futebol ao primeiro toque: passa, desmarca, recebe, devolve ou dribla, sprint, cruzamento, remate e golo.
Os leões famintos deliciaram-se com o repasto sadino. Ontem repetiram a dose no “coliseu” Alvalade 21”. Tomaram-lhe o gosto, era vê-los a perseguirem os gladiadores italianos. A fome de bola é tanta, que a solicitam com um enorme ansiedade e quando a têm procuram metê-la na rede para amealhar o seu pecúlio.
O futebol apresentado na primeira parte foi um futebol de sonho. Um autêntico carrossel em movimento. A execução dos 2 golos é espectacular. O de Wolfswinkel, começou no seguimento de um lance (estudado) de bola parada e foi concluído com um soberbo “calcanhar de aqueles”. O de Insúa é um golo sensacional.
Se este jogo era uma prove de exame? O Sporting passou com distinção. Na disciplina técnica - táctica da primeira metade do ponto, obteve 20 valores. Na segunda parte do ponto, foi mais complicada dada a infantilidade de Insúa. Realizar um exame só com 10 elementos é mais difícil, às vezes é necessário que a sorte ajude. Mas a equipa respondeu muito bem ao que se pedia, que era inteligência, força anímica e capacidade volitiva.
Esquecidos alguns problemas mal explicados. Hoje pelo que observamos pressente-se que existe uma grande coesão no grupo de trabalho. Ontem, quando a equipa estava a jogar só com 10 jogadores, era preciso fazer das tripas coração, e os jogadores deram tudo, “comeram a relva”. É justo realçar a força anímica do grupo, a atitude, a entrega, a vontade, a determinação, a crença, o querer, o entusiasmo, a confiança e a produtividade.
Mas ontem o melhor jogador voltou a ser o público – o décimo segundo jogador – o qual dá tudo pelo seu clube. O adepto: sofre, chora, fica triste com as derrotas e com as más exibições. Mas mantém a esperança, acredita, fica feliz, radiante, satisfeito, entusiasmado com as exibições e com as vitórias do seu clube. È incansável no incentivo, no aplauso, na motivação que empolga, motiva e transmite confiança à equipa.
O trabalho de Domingos está a aparecer. Tínhamos dito que era preciso dar tempo ao tempo, para criar uma equipa competitiva. Este jovem treinador já mostrou os seus atributos nos clubes por onde passou. Sobretudo em Braga, onde realizou um trabalho magnífico. A sua evolução continua. Trabalhar num clube como o Sporting, exige-lhe criatividade, reforça-lhe a maturidade, aumenta-lhe o conhecimento e dá-lhe mais prestígio.
Se o Sporting mantiver esta regularidade positiva, será um caso sério esta época. Embora esta mudança qualitativa tenha surpreendido muita gente, pois surgir de repente, de um jogo para o outro. Lá voltam os descrentes «quero é ver o que acontece em Guimarães?». O futuro a Deus pertence, mas a realidade é que neste momento o Sporting é a equipa portuguesa que melhor pratica futebol.
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