Sporting CP e SC Braga disputam, neste sábado, a final da Taça da Liga. As equipas enfrentaram-se no início do mês, pelo que essa partida, que os leões venceram por 2-0 em Alvalade, ainda está bem presente na memória dos dois conjuntos e será, certamente, uma boa referência para prever o que poderá ser o jogo em Leiria.

Aí, os verde e brancos venceram, mas foi sobretudo a eficácia a marcar diferenças. Houve momentos de superioridade das duas formações, com o Sporting CP a entrar mais forte, mas o SC Braga a dispor das melhores oportunidades enquanto não houve golos, acertando mesmo no poste da baliza de Ádan.

Os encaixes que prometem promover o equilíbrio

No dia 2 de janeiro, em Alvalade, a equipa de Carlos Carvalhal replicou em vários momentos o 3-4-3 em que Rúben Amorim monta a sua equipa, provocando uma série de encaixes – 3 avançados a pressionar os 3 centrais leoninos, mas também igualdade numérica no meio e nos corredores – e isso criou, como quase sempre quando o adversário usa esta abordagem, dificuldades aos leões. Foi assim frente ao SC Braga, mas já assim havia sido noutras partidas em que os adversários do Sporting CP se apresentaram em 3-4-3. Contra a B-Sad, por exemplo, ou contra o FC Porto, nas meias-finais desta Taça da Liga.

Em todos estes jogos os leões recorreram a um jogo mais direto, de forma a minimizar as perdas em zonas recuadas, e caso o treinador dos bracarenses repita a fórmula utilizada no jogo da Liga NOS, é provável que o cenário se volte a verificar.

O mesmo sistema, dinâmicas distintas

Embora seja previsível que as duas equipas acabem por apresentar estruturas semelhantes, as características dos jogadores em cada posição e as dinâmicas incutidas são significativamente diferentes. À medida que o Sporting CP joga num 3-4-3 tradicional, com três centrais, dois alas, dois médios-centro e um ataque em que Nuno Santos e Tiago Tomás estão sobretudo focados no ataque à profundidade, mas Pedro Gonçalves procura mais o espaço entre médios e defesas contrários, no conjunto minhoto é diferente.

Em Alvalade, Carvalhal deixou Sequeira mais próximo dos dois centrais de origem, Rolando e Raúl Silva, com Esgaio a fazer todo o corredor na direita, mas Galeno aberto na esquerda para forçar as situações de 1vs1. A ideia é, precisamente, que o extremo, fortíssimo nesse momento, receba aberto para provocar desequilíbrios, mas nessa noite Pedro Porro foi mais forte e rubricou uma grande exibição. Ainda assim, não é de ignorar a possibilidade de o SC Braga tentar de novo esta ideia.

É, ainda assim, no ataque que as equipas se diferenciam mais. O Sporting CP procura muito o espaço nas costas dos defesas adversários e o SC Braga prefere procurar ligar através do espaço nas costas dos médios. Esse é, de resto, uma das arestas por limar por Rúben Amorim já que os seus médios estão regularmente em inferioridade numérica quando algum extremo (Ricardo Horta, por exemplo) desce a pedir nesse espaço.

A finalização, sempre ela

Sem prejuízo de tudo o que foi escrito e da influência que cada um destes momentos poderá ter na história do jogo, a eficácia na finalização pode sempre fazer a diferença. Foi assim na casa dos leões, para o campeonato, e poderá voltar a ser em Leiria.

Os golos mudam os jogos e embora as estratégias sejam importantes, a superioridade anímica para interpretar o encontro com o marcador a seu favor é um fator chave.