O ex-futebolista Manuel Bucuane, mais conhecido por Tico-Tico, defende que o país precisa de trabalhar arduamente para levar a selecção nacional de futebol à grande competição de futebol.

O antigo internacional pelos Mambas considera que a selecção principal ainda está num escalão muito baixo, pelo que a possibilidade de se qualificar para um Mundial é remota.

"Não digo que não possa acontecer, mas, por enquanto, continua a ser uma miragem, porque estamos ainda muito abaixo do que o futebol profissional exige, tanto na produção de talentos e formação de jogadores, como a nível das competições que participamos, no país e no continente", salienta.

Tico-Tico aponta o investimento no profissionalismo como a única forma de elevar o nível do futebol moçambicano e, consequentemente, conseguir que os Mambas se tornem numa presença incontornável das principais competições em África e no Mundo.

"Têm de existir pessoas que trabalhem no futebol e vivam do futebol, facto que ainda não acontece em Moçambique, por falta de incentivos. Jogamos nos tempos livres, depois disso temos que fazer outras coisas, para compensar as nossas carências. O futebol não aceita dedicação a part-time", remata.

Segundo a antiga estrela dos Mambas, os países que regularmente participam no Campeonato do Mundo encaram o futebol como um emprego sério e a tempo inteiro, a todos os níveis, desde os dirigentes aos árbitros.

"Enquanto não replicarmos este posicionamento e fizermos o futebol gerar rendimentos, vai continuar a faltar inspiração para atingir altos patamares", acrescenta.

Tico-Tico foi internacional pelos Mambas entre 1995 e 2010 e é, ainda hoje, o maior artilheiro da Selecção Nacional, com 27 golos em 83 jogos. A antiga glória conta ainda com três participações na Taça das Nações Africanas (1996, 1998 e 2010).