As eleições do FC Porto continuam em alto ritmo e André Villas-Boas deslocou-se à Afurada para mais uma ação de campanha. Em Vila Nova de Gaia, o candidato à presidência dos dragões abordou vários temas da atualidade portista e explicou algumas questões em que está em desacordo com a lista de Pinto da Costa.
A questão financeira foi muito focada pelos sócios e adeptos presentes e Villas-Boas não se coibiu de responder. "Na parte financeira estamos cada vez mais no limite. Por isso estamos a reunir-nos das pessoas mais competentes, que possam obrigar o FC Porto a ter mais rigor e disciplina orçamental. Isso, juntamente com a parte desportiva, é o que trará sustentabilidade ao clube. Não faz sentido o clube continuar a arrastar-se. Um clube de associados tem valor, história e cultura. 500 M€ não se pagam para o ano. É preciso negociar e é pressão cada vez maior sobre a tesouraria. Antecipa cada vez mais receitas e compromete cada vez mais o futuro. Temos de pagar, porque sempre fomos bons pagadores, mas estamos a entrar no limite e estas execuções caem cada vez mais", explicou.
Outro dos temas fortes foi a questão da Academia, cuja localização divide as candidaturas. "Isto não é uma Cidade do Futebol. Não tem 10 campos e não tem a magnitude da outra obra. Funciona em unidade, é mais rápida a construir e custa menos. O que nos custa é o porquê da aceleração total e desespero e acelerar a obra. O porquê da relação com a CM Maia em querer acelerar estes processos. Pedimos para o presidente não fazer negócios estruturantes tão perto das eleições. Porquê mudar estatutos perto das eleições? Ninguém nos ouve, só nos atacam e enxovalham do ponto de vista pessoal e profissional. Queremos caminho de esclarecimento, rigor e transparência. Eu sei que fui provocatório por anunciar o CAR em Lisboa. Os portistas de Lisboa adoraram o movimento. O FC Porto tem de ser todos os portistas do país. Temos de ter outra forma de comunicar. Temos de deixar de comunicar apenas para dentro e só as coisas que nos interessam", afirmou o candidato.
A fechar, André Villas-Boas abordou ainda a política de contratações recente, que considera falhada. "Temos errado muito na escolha dos jogadores e temos perdido muito, muito dinheiro. O nosso ADN é ganhar. Somos fundados na cidade do Porto, temos os nossos valores e cultura, mas queremos continuar a crescer de forma sólida, sustentável e que nos permita manter esses valores do FC Porto".
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