O FC Porto e os responsáveis pelo projeto da nova academia do vice-campeão nacional de futebol mostraram-se hoje empenhados em respeitar todas as medidas de proteção do património arqueológico no local destinado à obra, na Maia.
“Procuram salvaguardar, desde já, todas as condições para que o projeto de arquitetura cumpra com todos os requisitos de todas as entidades externas necessárias para a sua aprovação”, indicou o clube, em comunicado publicado na sua página oficial na Internet.
De acordo com a imprensa, o Instituto do Património Cultural terá ordenado a suspensão imediata dos trabalhos de construção da futura academia do FC Porto, com base num parecer da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
Nove dias depois da exibição da maqueta da obra, que é uma das medidas eleitorais da recandidatura de Pinto de Costa à presidência ‘azul e branca’, o clube comunicou que já arrancou a desmatação do terreno, em sintonia com a empresa ABB, mas “sem qualquer movimentação de terras, como se pode constatar no auto da Polícia Municipal” da Maia.
“A desmatação é uma condição essencial para, no âmbito do Pedido de Autorização para Trabalhos Arqueológicos (PATA), se avançar para os trabalhos arqueológicos e para se cumprir todas as recomendações da Câmara Municipal da Maia e da CCDR-N”, admitiu.
O FC Porto vai dar conta em tempo oportuno da “excelência da equipa de arqueólogos” escolhida para executar os trabalhos nos terrenos, que estão localizados em Nogueira e Silva Escura e em São Pedro Fins, freguesias da Maia, um concelho limítrofe do Porto.
Em 25 de março, a Assembleia Municipal maiata ratificou a alienação pelo valor base de 3,36 milhões de euros (ME) de 18 parcelas incluídas no projeto do Parque Metropolitano da Maia, decisão que fora aprovada por maioria pelo executivo local uma semana antes.
Esse espaço tem 140.625 metros quadrados e é desejado pelo FC Porto para erguer a academia, tendo a hasta pública sido difundida em Diário da República em 26 de março, data a partir da qual foi lançado um período de 20 dias para a apresentação de ofertas.
A academia está a cargo do arquiteto Manuel Salgado, autor dos projetos do Estádio do Dragão e do pavilhão Dragão Arena, ambos no Porto, e envolve quase 23 hectares, dos quais 9,3 pertencem à empresa ABB, junto da qual o clube adjudicou um movimento de terraplanagem, por 6,89 ME, tendo o custo total da empreitada sido estimado em 40 ME.
Além da Casa do Dragão e de um centro de formação, o projeto engloba um mini-estádio para acolher partidas da II Liga e dos escalões de formação, com cerca de 2.000 lugares cobertos, mais nove campos relvados de dimensões oficiais e um para o futebol de sete.
As eleições dos órgãos sociais do FC Porto para o quadriénio 2024-2028 são disputadas por três candidaturas, lideradas por Pinto da Costa (lista A), André Villas-Boas (B), antigo treinador da equipa de futebol, e Nuno Lobo (C), empresário e professor, incluindo ainda uma lista independente ao Conselho Superior comandada por Miguel Brás da Cunha (D).
O ato eleitoral decorrerá em 27 de abril, entre as 09:00 e as 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, numa altura em que Pinto da Costa está a cumprir o 15.º mandato consecutivo, que lhe atribui o estatuto de dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.
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