O Diário de Notícias adianta esta segunda-feira na edição online José Preto, que fez parte da equipa de advogados de Bruno de Carvalho nos últimos meses no processo do ataque à Academia de Alcochete, abandonou a defesa do ex-presidente do Sporting.

De acordo com o a referida publicação, o advogado não gostou de ter sido entregue ao juiz de instrução por outro membro da equipa jurídica um parecer à sua revelia e, nesse sentido, entendeu que não tinha condições para continuar a fazer parte da equipa que faz a defesa jurídica de Bruno de Carvalho.

Roberto Silva Carvalho, que tem procuração para representar Bruno de Carvalho, terá entregue um parecer assinado pelo antigo presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo (OSCOT) José Manuel Anes, em que este alega que a acusação de terrorismo feita aos 44 arguidos não tem cabimento neste caso e que, por isso, não deve constar no processo de investigação ao ataque a Alcochete.

"Acho grotesco que se entregue um parecer de uma pessoa que não é jurista. Em matéria de direito, um parecer de um não jurista é proibido. Acho imperdoável que o meu ilustre constituinte se tenha deixado manipular desta maneira", adiantou José Preto ao Diário de Notícias, acrescentado que lhe tinham "dito que iam pedir [o parecer], mas fui contra e mesmo assim pediram".

Na opinião de José Preto, não faz sentido “estar na defesa dessa pessoa quando não faço ideia do que se passa”.

Contactado pelo Diário de Notícias, Bruno de Carvalho disse que "o Dr. José Preto renunciou ao mandato por divergência com a estratégia delineada pela restante equipa jurídica. Mantêm-se desde o início na defesa do processo quatro advogados, cada um deles com escritório há pelo menos 20 anos."

O antigo presidente do clube Bruno de Carvalho está acusado, como autor moral, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados.