Alisson Becker, guarda-redes do Liverpool, defendeu esta segunda-feira que os jogadores de futebol estão a ser ignorados, isto à medida que mais jogos são adicionados às temporadas, e que inclui uma Liga dos Campeões em formato mais alargado.

Os 'reds' viajam para Milão onde defrontam o AC Milan, naquele que é o primeiro de oito jogos a realizar, e um possível play-off a duas mãos antes dos oitavos de final.

No início deste mês, o sindicato global dos futebolistas, FIFPro, pediu a introdução de salvaguardas para os jogadores que já enfrentam cargas de trabalho excessivas devido a um calendário em constante crescimento.

"Ninguém pergunta aos jogadores o que eles pensam sobre o aumento do número de jogos. Talvez a nossa opinião não importe, mas todos sabem o que pensamos sobre ter mais jogos. Estamos todos cansados disso", sublinhou Alisson na conferência de imprensa de lançamento da partida.

O Liverpool poderá ter de jogar mais de 60 jogos esta temporada, isto após ter jogado 58 na última época.

"Entendemos que temos o lado da comunicação social e da TV, temos o lado da UEFA, da FIFA, da Premier League e de outras competições domésticas. Não somos estúpidos. Entendemos que as pessoas querem mais jogos, mas o razoável seria que todos esses lados que mencionei e as pessoas responsáveis por fazer o calendário se sentassem e ouvissem todas as partes, incluindo os jogadores", acrescentou o guardião brasileiro.

Alisson Becker jogou mais de 40 partidas na última temporada entre clube e seleção.

"Se estás cansado, não podes competir a um nível alto. O que eu quero é dar o meu melhor em todos os jogos. Nesta altura, não parece que estamos perto de uma solução para o bem do futebol e para o bem dos jogadores", concluiu.

O treinador do Liverpool, Arne Slot, disse que só poderia julgar o novo formato da Liga dos Campeões no final da temporada.

"A única coisa que gosto, como alguém que adora ver futebol, é que todas as noites há um bom jogo. Mas como ficará a situação dos jogadores com mais dois jogos? Isso é algo que temos que descobrir, mas não acho que alguém tenha a resposta no momento"