"Diria, sem ser arrogante, que sou muito inteligente. Mas há muitas pessoas que são extremamente inteligentes". Esta frase de Nuri Sahin dita há seis meses numa entrevista à 'Sky Sports', pode parecer arrogância por parte do atual treinador do Dortmund, mas revela, acima de tudo, a confiança deste antigo internacional germânico.
As muitas lesões sofridas atiraram-no cedo para uma carreira de treinador.
Quando o Borussia Dortmund chegou à final a Liga dos Campeões na época passada sob o comando de Edin Terzic, Nuri Sahin era um dos seus adjuntos. O técnico abandonou o clube no último verão e os dirigentes viraram-se para a prata da casa. Sahim seria o escolhido para o lugar de Terzic, ele que fez quase toda a sua carreira de jogador no emblema da Renânia do Norte-Vestefália.
Como jogador, Sahin era um médio-centro, inteligente, com um bom pé esquerdo. Depois de brilhar no Borussia Dortmund, o Real Madrid pagou 10 milhões de euros pelo seu passe em 2011. Não mostrou no emblema madrileno o que se esperava dele (apenas 10 jogos) e, depois de empréstimos ao Liverpool e ao Feyenoord, voltaria ao Borussia Dortmund em 2014.
Na Alemanha jogaria também no Werder Bremen, antes de terminar a carreira de jogador no país dos seus pais, a Turquia, mais precisamente no Antalyaspor em 2021, aos 31 anos, onde chegou em 2020.
Jogador-treinador? Uma raridade
Foi no emblema turco que Sahin deu nas vistas como treinador, mas o caminho foi preparado antes. No Antalyaspor, desempenhou o papel de jogador-treinador, algo muito raro nos dias de hoje.
A carreira de treinador começou a ser desenhada nos vários dias passados em mesas de fisioterapia. As muitas lesões que impediram Sahin de ter uma outra carreira, atiraram o antigo médio para o estudo do futebol. Em 2013, começou a interessar-se pelo lado tático do jogo, tirando notas sobre o que ia observando, entre sessões de fisioterapia, preparando o que podia ser o seu futuro.
Em 2014, quando se preparava para voltar a jogar no Dortmund, uma nova lesão grave voltou atirar-lhe para a mesa das operações.
"Estive fora durante um ano. Passei muito tempo a pensar no que devia fazer. Apaixonei-me pelo quadro tático", revelou, numa entrevista à 'Sky Sports, no passado mês de abril.
Aos 26 anos, treinava o RSV Meinerzhagen, equipa que está atualmente na Westfalenliga, sexta divisão do sistema da liga alemã de futebol, enquanto era jogador do Dortmund. Quando chegou ao banco do Antalyaspor a custo zero em 2021, conseguiu colocar em prática tudo o que aprendeu, antes de ser recrutado por Edin Terzic para ser seu adjunto no Dortmund.
A nível teórico por exemplo, fez um mestrado em Gestão Desportiva em 2018 na Harvard Business School, numa turma que tinha o ex-tenista Andy Roddick, a esquiadora olímpica Lindsey Vonn, entre outros atletas e executivos.
"Reunir 80 pessoas inteligentes para refletir sobre um tema mudou a minha vida", confessou Sahin, na entrevista à 'Sky Sports'.
Nos pouco tempo livre que tem no Dortmund, dedica-se a leitura e a assistir seminários sobre liderança e métodos motivacionais.
A tarefa que recebeu esta época é dura. O Borussia Dortmund perdeu Niclas Füllkrug, Marco Reus, Mats Hummels, Jadon Sancho e Ian Maatsen, jogadores importantes na caminhada da equipa até a final da Champions, perdida para o Real Madrid em junho.
Nesta sua curta carreira de treinador principal, soma 11 jogos: três na Champions, uma na Taça da Alemanha e sete na Bundesliga. Ao todo, somou sete vitórias, um empate e três derrotas.
Nascido a 05 de setembro de 1988 em Lüdenscheid, Alemanha Ocidental, Nuri Sahin é um alemão filho de pais turcos. Começou por representar o país onde nasceu, nos sub-16, mas rapidamente trocou de seleção e jogou pelos escalões jovens da Turquia durante vários anos, nos sub-17 (21 jogos), sub-19 (6 jogos) e sub-21 (11 jogos). Na hora de escolher que seleção representar a nível sénior, preferiu a Mannschaft.
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