O vereador com a pasta do desporto da Câmara de Coimbra afirmou hoje que o anterior executivo absteve-se de fiscalizar o cumprimento do acordo de gestão e utilização do estádio pela Académica.
“A manutenção do estádio é uma responsabilidade da Académica, por via do acordo de 2004, mas a Câmara tem uma responsabilidade de fiscalização dessa manutenção. Nos últimos anos, ninguém se preocupou em fazer essa fiscalização”, afirmou o vereador Carlos Lopes, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD/CDS-PP/Nós,Cidadãos!/PPM/Aliança/RIR/Volt).
Carlos Lopes respondia, durante a reunião do executivo, ao vereador do PS Hernâni Caniço que questionava a Câmara de Coimbra sobre o acordo de utilização do Estádio Cidade de Coimbra pela Associação Académica de Coimbra – Organismo Autónomo de Futebol (AAC/OAF), nomeadamente no que toca às contrapartidas relacionadas com os concertos dos Coldplay previsto para aquele espaço, em maio.
Segundo Carlos Lopes, o atual executivo foi o único a fazer essa fiscalização, nomeadamente através dos relatórios de exploração previstos no acordo.
“Fomos os únicos que pedimos os relatórios de exploração”, notou o vereador, pedindo a Hernâni Caniço para ir ver “quantos relatórios estão na Câmara e quantos foram pedidos”, frisando que a Câmara está a fazer a fiscalização da utilização do Estádio Cidade de Coimbra.
Na semana passada, a agência Lusa noticiou que a Câmara de Coimbra tinha pedido os relatórios de exploração e gestão do estádio à AAC/OAF, dando nota de que os documentos ainda estavam em falta.
O acordo celebrado entre as duas entidades determinava que aquele clube de futebol que milita atualmente no terceiro escalão nacional teria de fornecer anualmente “elementos necessários à fiscalização do cumprimento do contrato, incluindo o relatório e conta de exploração”.
Sobre o caso do estádio, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, vincou que não é o município que organiza o concerto dos Coldplay, reafirmando que as eventuais receitas de utilização do estádio estarão assentes num entendimento entre a AAC/OAF e a entidade promotora.
Sobre o custo para a Câmara de Coimbra de trazer os Coldplay à cidade, José Manuel Silva voltou a referir que, “a seu tempo”, será divulgado o contrato celebrado.
Durante o período antes da ordem do dia, também o vereador do PS José Dias interpelou Carlos Lopes, neste caso sobre o estado do Orçamento Participativo (em situações normais, as candidaturas estariam abertas a partir de 01 de março).
Carlos Lopes esclareceu que gostaria de “ter outra dinâmica”, mas defendeu que o executivo pretende “limpar aquilo que está para trás”.
“Enquanto tivermos projetos por resolver não vamos avançar com novos projetos”, disse Carlos Lopes, que tinha anteriormente dito que o Orçamento Participativo regressaria neste ano.
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