O Bloco de Esquerda (BE) pretende a criação de um fundo de apoio ao desporto, que garanta “numa situação de aflição”, como a provocada pela covid-19, um “auxílio extraordinário”, disse hoje à Lusa o deputado Luís Monteiro.
De acordo com o deputado, “o BE propõe uma medida muito na linha do que o Comité Olímpico de Portugal (COP) apresentou na Assembleia da República e à imagem dos apoios para a cultura, para o setor empresarial e outros setores sociais”.
“É importante que os clubes e associações com mais dificuldades possam recorrer a um fundo criado pelo Governo, que pode ir beber financiamento ao jogo do Placard, que garante hoje uma viabilidade financeira importante, até à Santa Casa da Misericórdia, combinando uma dotação através do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ)”, disse.
Luís Monteiro considera que, “atendendo que o jogo do Placard tem muitos apostadores, faz todo o sentido canalizar parte das receitas para um fundo de apoio ao desporto”, em articulação com uma parcela proveniente do Governo e canalizada através do IPDJ (Instituto Português do Desporto e Juventude).
“A proposta tem como finalidade garantir numa situação de maior aflição, que é aquela que muitos clubes estão a passar, um apoio extraordinário, garantido através de fundos do Orçamento de Estado, diretamente pelo Governo e por outro lado pelo que são as receitas do jogo Placard”, defende o deputado do BE.
A pandemia de covid-19 tem provocado dificuldades não só ao nível da prática de atividade física, pelos condicionalismos impostos aos clubes e às associações culturais e recreativas, mas também ao nível da própria viabilidade financeira e económica dessas entidades, que fazem a realidade do desporto nacional.
“Não tendo as formações jovens em atividade, estando impossibilitados de ter público nos seus eventos, proibidos de treinar a as modalidades sem competir fez com que se criasse um problema muito grande de viabilidade financeira para estas entidades desportivas”, refere Luís Monteiro.
O BE justifica a necessidade da criação do fundo com as graves dificuldades financeiras que a crise pandémica está a criar a centenas de clubes e associações desportivas e pelo facto de a sustentabilidade dessas mesmas instituições, que promovem a prática desportiva, estar a ser posta em causa.
O papel indiscutível do desporto “na coesão territorial e no combate ao abandono das zonas de baixa densidade populacional” e o seu papel “no combate ao abandono escolar, pedagogia de trabalho em grupo, desenvolvimento físico saudável e fortalecimento da saúde mental” são também referidos pelo BE.
“Os impactos positivos nas políticas públicas e no bem-estar da população são evidentes e não podem, principalmente num momento de crise, ser escamoteados”, refere o projeto de resolução apresentado pelo BE, que defende ainda ser “necessário garantir a continuidade dos clubes e das associações desportivas”.
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