O antigo treinador do Sporting László Bölöni, responsável pelo lançamento de Cristiano Ronaldo no futebol profissional, garantiu hoje que a carreira do internacional português está longe do fim, apesar de completar 35 anos em breve.

“Estou esperançado que ele se mantenha neste nível, porque tem um poder mental forte. Com essa característica, consegue fazer tudo e certamente vai continuar a aparecer nos jogos grandes”, frisou o técnico romeno à agência Lusa, aludindo ao avançado da Juventus, que pode cumprir o milésimo jogo enquanto profissional no domingo, na receção ao AC Milan, em partida da 12.ª jornada da Serie A, 17 anos após a estreia pelos ‘leões’.

László Bölöni resolveu integrar o madeirense nos trabalhos da equipa principal do Sporting durante a temporada 2001/02, que desvendou o último campeonato conquistado pelo Sporting, lembrando-se de uma jovem promessa de 16 anos que evoluiu os níveis de maturidade e compromisso, enquanto repartia a competição entre os juvenis e os juniores do emblema lisboeta.

“Tenho memórias muito boas e foram momentos especiais, porque houve a oportunidade de trabalhar com alguém com qualidade para ser realmente grande. O Ronaldo era fantástico física e tecnicamente e já cuidava da sua famosa mentalidade, uma das melhores qualidades que vi nele ao longo destes anos. Talvez seja por isso que consiga disputar tantos jogos”, avaliou.

Cristiano Ronaldo ambientava-se ao futebol sénior pela convivência com jogadores experientes, mas demorou algum tempo a convencer o atual treinador dos belgas do Antuérpia.

Após marcar aos espanhóis do Bétis na pré-época, o dianteiro realizou a estreia absoluta com a camisola do Sporting em 14 de agosto de 2002, já com 17 anos, no primeiro jogo oficial de 2002/03.

O camisola 28 participou 32 minutos como suplente utilizado no ‘nulo’ caseiro diante dos italianos do Inter Milão, que afastariam o conjunto ‘verde e branco’ da fase de grupos da Liga dos Campeões com um triunfo por 2-0 na segunda mão.

“Nessa altura, não estava tão certo de que pudesse ser um dos melhores jogadores do mundo, mas estava certo de que seria um dos melhores. Lá confiei num jogador como ele, que não se encontra com tanta frequência - e hoje até encontramos dois, o Ronaldo e o [Lionel] Messi”, referiu.

Aquela noite no antigo Estádio José Alvalade, em Lisboa, começou a colocar no caminho das estrelas um dos futebolistas “mais famosos de todos os tempos”, cuja saída para o estrangeiro era “uma questão de meses” e ficou consumada em agosto de 2003, na sequência de um particular diante do Manchester United (3-1), que inaugurou o novo recinto do Sporting e convenceu o escocês Alex Ferguson.

Com o passar dos anos, ‘CR7’ transformou-se numa máquina goleadora, com recordes atrás de recordes e um palmarés interminável, panorama que leva Bölöni a enaltecer o capitão das ‘quinas’ com um misto de “emoção paternal e realismo”.

“Para mim, Ronaldo é o melhor, porque fui treinador dele. Mas, mais importante DO que a minha opinião, ele é considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos pela maioria das pessoas. Estou muito feliz pelo seu sucesso. Tem o nome ao lado de históricos do futebol como Pelé, [Diego] Maradona, [Alfredo] Di Stéfano, Messi ou Johan Cruyff”, finalizou.