As federações de Inglaterra, Escócia e Irlanda do Norte anunciaram esta segunda-feira a proibição de cabeceamentos em treinos de crianças até ao final da escola primária, medida que é colocada imediatamente em ação.
As três federações emitiram um comunicado onde confirmam as alterações às orientações para os cabeceamentos, depois de um estudo ter demonstrado que antigos futebolistas têm 3,5 vezes mais de probabilidade de morrer de doença neuro-degenerativa.
As mudanças afirmam que não existirão cabeceamentos na 'fase de fundação' - para as crianças que andem na escola primária - e que pasará a ser feita uma abordagem gradual aos cabeceamentos nos treinos dos sub-12 até aos sub-16.
Não haverá alterações em relação a cabeceamentos nos jogos, tendo em conta o número limitado deste tipo de lance em partidas.
O estudo, levado a cabo pela Universidade de Glasgow, não afirmou que cabecear a bola fosse a causa para a prevalência de condições neuro-degenerativas entre futebolistas, mas a decisão de atualizar as orientações foi tomada de forma a "mitigar potenciais riscos", disseram as federações num comunicado.
O presidente executivo da Federação Inglesa, Mark Bullingham afirmou que "Estas orientações atualizadas para os cabeceamentos é uma evolução face aos nossos guias atuais e irão ajudar treinadores e professores a reduzir e a remover cabeceamentos repetidos e desnecessários das camadas jovens do futebol".
"A nossa pesquisa mostra que os cabeceamentos são raros nos jogos dos escalões jovens, por isso estas orientações são um desenvolvimento responsável para os treinos para os nossos jovens, sem afetar a satisfação que crianças de todas as idades retiram do jogo".
As federações afirmaram que estas alterações foram produzidas em paralelo com o comité médico da UEFA, que quer introduzir novas orientações a nível Europeu em relação a este problema até ao final do ano.
O presidente executivo da Federação Escocesa considerou que o futebol escocês tem o dever de proteger os mais novos.
"É importante realçar que os cabeceamentos são raros em jogos das camadas mais jovens, mas para nós é claro que estas orientações devem de mitigar potenciais riscos".
A filha do antigo avançado do West Bromwich Albion, Jeff Astle, que morreu em 2002 vitima de Encefalopatia Traumática Crónica que a autópsia revelou ter sido provocado por cabeceamentos repetidos no futebol, deu as boas-vindas à decisão mas considera que deveria de ser mais abrangente.
"Tem de ser em todos os escalões, ao longo de todo o jogo", Dawn Astle disse a uma agência de notícias britânica.
"Quando o meu pai morreu, as autoridades futebolísticas disseram que queriam mais pesquisa e mais provas - agora já as têm. Eles têm de atuar. Para os escalões acima dos 18 anos deveriam de existir orientações para os treinos.
Os Estados Unidos da América baniram criança com idades até aos 10 anos de cabecear a bola e impôs limites para as crianças entre os 11 e os 13 anos.
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