O Benfica conseguiu esta terça-feira um triunfo no primeiro jogo disputado após a oficialização da saída de Enzo Pérez para o Valência, a troco de 25 milhões de euros. Na primeira aparição para a Taça da Liga, diante do Nacional, os encarnados salvaram o mais importante: a vitória.

Num Estádio da Luz gelado e com pouco mais de 15 mil pessoas nas bancadas, Jorge Jesus manteve-se fiel ao seu modelo, mudando apenas algumas peças face à equipa habitualmente titular. Sem contar com Luisão e Salvio, por lesão, Gaitán e Samaris, sentados inicialmente no banco, e o já citado Enzo Pérez, o Benfica apresentou César na defesa e Cristante, Talisca, Pizzi e Ola John no meio-campo, cabendo ao brasileiro a dura tarefa de fazer esquecer o médio argentino.

Perante um Nacional muito pouco participativo, quase conformado com os prognósticos de dificuldades num grupo em que tem de fazer dois dos três jogos fora de portas, os encarnados tinham caminho aberto para o domínio. Sem brilhantismo ou grande clarividência, a experiência revelou-se suficiente para encontrar o rumo do triunfo. E este desenhou-se logo aos 11 minutos, graças a um cabeceamento de Jonas para o golo, depois de um cruzamento perfeito de Maxi Pereira. Ainda faltavam quase 80 minutos e o jogo já estava sentenciado.

Longe de o poder dita taxativamente no momento, o Benfica soube impor o seu domínio sem a batuta de Enzo Pérez. Outrora reconhecido como pilar da estratégia de Jorge Jesus e das ideias de jogo dos encarnados, Enzo Pérez tinha a virtude de aliar a intensidade defensiva à inteligência ofensiva.

Esta noite, o Benfica beneficiou da passividade e apatia dos madeirenses para controlar o jogo. Sem ter grandes pressões ou marcações em cima, Talisca soube ter espaço para ajudar Cristante, mas raramente demonstrou a capacidade de transporte do argentino. Algum défice físico após a pausa natalícia ajuda a explicar, mas outros adversários darão uma prova real do valor desta solução. E a alternativa Pizzi foi esta noite ‘desviada’ para o flanco.

Assim, os encarnados recorriam quase sempre a movimentações de Jonas ou Lima para combinar com os extremos – e Maxi Pereira, que fez mais um bom jogo – ou de passes de Cristante, que denotou maior entrosamento com os colegas.

No segundo tempo, Jorge Jesus detetou a necessidade de algumas correções naquela zona e lançou Samaris, com o grego a demonstrar maior presença física e capacidade de carregar jogo do que o brasileiro. Contudo, ao médio helénico faltou apenas alguma serenidade no momento de decisão das jogadas, o que não inviabiliza ainda assim, uma entrada positiva em campo.

Entre o Nacional, mérito para as alterações introduzidas por Manuel Machado na segunda parte, que despertaram os alvinegros para a possibilidade do empate. E tal só não surgiu graças à inspiração de Júlio César, que evitou o golo com duas grandes defesas aos 58’ e 73’. A expulsão de Gomaa, já nos derradeiros minutos, comprometeu as aspirações e praticamente colocou um ponto final na discussão do jogo.

Na análise ao jogo, os dois técnicos subscreveram a ideia de um jogo algo pálido. No fundo, o reflexo da quadra festiva que ainda se vive, mas que esteve longe de fazer deste jogo uma festa. E se Manuel Machado assumiu já que o apuramento para a fase seguinte está complicado para o Nacional, também Jorge Jesus foi transparente, ao revelar que substituir Enzo Pérez será ainda mais complicado do que a invenção de um “Manel” para o lugar de Matic no início de 2014.

Veja aqui o resumo da partida.