A Liga Portugal, o Sindicato dos Jogadores, a Associação Nacional de Treinadores e a Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol assinaram hoje um acordo de integridade para o futebol na Sport Integrity Week promovida pela SIGA.
No dia de hoje na conferência organizada pela SIGA (Sport Integrety Global Alliance), foi assinado este acordo que visa o compromisso das quatro entidades na promoção e defesa de boas práticas no futebol.
O diretor executivo da SIGA, o português Emanuel Macedo de Medeiros, afirmou, antes da assinatura, que este “é um sinal de que o futebol português está unido e que tem líderes à altura das expectativas dos adeptos”.
Luciano Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), revelou que os árbitros são expostos a este tema desde cedo, desde que iniciam os cursos e que é, de facto, “uma preocupação” para todos.
Já o presidente do Sindicato dos Jogadores reiterou que “mais importante do que os protocolos são as ações”
“Nós estamos embebidos neste espírito, mas na prática vejo poucas instituições a agir em relação a isto. (…) É necessário controlar a idoneidade dos investidores estrangeiros, é necessário ter uma plataforma de denúncias que salvaguarde a integridade dos denunciantes e que esteja diretamente ligada às autoridades policiais”, sugeriu Joaquim Evangelista.
Evangelista falou ainda do abandono de três jovens estrangeiros no aeroporto de Lisboa após uma burla de um falso empresário que prometeu aos três um acordo com o União da Madeira, clube extinto desde novembro de 2021.
“As autoridades precisam de um modelo de resposta a este fenómeno”, apelou o presidente do Sindicato dos Jogadores.
Pedro Proença, presidente da Liga Portugal, não esteve presente devido a compromissos profissionais no estrangeiro, mas fez chegar a mensagem de que a integridade é também uma preocupação para a Liga, que, recentemente, desenvolveu uma carta assinada por todos os capitães dos clubes nacionais de compromisso para com estes valores.
Luís Marques Mendes foi também convidado e no encerramento da sessão fez questão de tocar em vários pontos a melhorar por parte das entidades nacionais, dizendo que “é sempre melhor debater do que não debater e que é sempre melhor fazer demagogia do que não fazer nada”.
Mendes falou da passividade com que a sociedade portuguesa lida com a falta de ética no desporto em comparação com a forma como lida com a mesma falta de ética noutros setores. Referiu ainda que “a perceção pública é que nada mudou na estrutura do futebol” e que não compreende a inexistência de um princípio de limitação de mandatos.
“Não se trata apenas de perda de energia, muitos anos no poder favorecem a corrupção e a falta de integridade”, afirmou.
Marques Mendes acrescentou ainda que são necessárias mais mulheres nos cargos de chefia das instituições desportivas, pois “aportam dados muitos importantes como a boa educação, as boas maneiras, a transparência e a dedicação”.
Promovida pela SIGA (Sport Integrety Global Alliance), a Sports Integry Week está a decorrer em Cascais desde o dia 12 de setembro com o objetivo de debater e promover a integridade desportiva, particularmente no futebol.
Esta é a terceira edição evento global da Sports Integrity Week cujo objetivo é promover a adoção de padrões de governação melhorados, trazendo mais integridade, transparência e responsabilidade.
O evento decorre em Cascais até sexta-feira e conta também com transmissão online.
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