Eusébio da Silva Ferreira é um dos históricos da “Bota de Ouro”, no seu tempo atribuída em exclusivo a jogadores europeus, ao somar oito presenças no “top 10”, encabeçadas pela vitória de 1965.

Entre 1961 e 1973, o “Pantera Negra”, falecido domingo, com 71 anos, foi ainda a votação mais três vezes, para um total de 11 nomeações, registo em que só é batido pelo alemão Franz Beckenbauer e o holandês Johan Cruyff, ambos com 12.

O ponto alto de Eusébio é o histórico triunfo de 1965, com um total de 67 pontos – de um júri de 21 jornalistas, cada qual a atribuir pontos de cinco a um -, mais oito do que o italiano Giacinto Facchetti, então jogador do Inter de Milão.

No ano seguinte, em que foi o melhor marcador do Mundial, com nove golos, o jogador do Benfica esteve muito perto de “bisar”, mas perdeu por um ponto (81-80) – a menor margem de sempre – para Bobby Charton, campeão do Mundo com a Inglaterra.

Antes, em 1962, quando “bisou” na final da Taça dos Campeões, frente ao Real Madrid (5-3), o avançado “encarnado” já tinha ficado no segundo posto, então batido por 12 pontos (65-53) pelo checoslovaco Josef Masopust, então do Dukla de Praga.

Eusébio não logrou mais qualquer pódio, mas ficou lá muito perto em 1964, quando foi quarto. Ainda somou mais dois quintos lugares (1963 e 1967), um sétimo (1973) e um oitavo (1968).

Nas restantes vezes a que foi a votação, o “Pantera Negra” foi 35.º em 1961, ano da sua estreia pelo Benfica, 22.º em 1970, ano em que Portugal falhou o Mundial, e 15.º em 1972, prejudicado pela ausência da seleção lusa do Europeu.