Hermínio Loureiro pediu hoje a suspensão do mandato de vice-presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na sequência da acusação do Ministério Público na operação 'Ajuste Secreto'.
Em carta enviada à FPF, a que a agência Lusa teve hoje acesso, Hermínio Loureiro pediu a suspensão do mandato na direção federativa, assim como do cargo que ocupa por inerência na Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP).
Na missiva, Hermínio Loureiro considera que esta é a atitude mais adequada para que se possa focar em provar a sua inocência e para salvaguardar o superior interesse das instituições, que sempre defenderam a transparência e o primado da legalidade.
Antes deste cargo federativo, Hermínio Loureiro presidiu à LPFP entre 2006 e março de 2010 e foi deputado entre 1995 e 2009.
Enquanto secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro foi responsável pela lei de Bases do Desporto, entre 2002 e 2005, depois de, como deputado, ter coordenado a Comissão Parlamentar de Juventude e Desporto e presidido à Comissão Parlamentar de Acompanhamento do Euro2004.
A operação 'Ajuste Secreto' está centrada na Câmara de Oliveira de Azeméis e em Hermínio Loureiro, que presidiu àquela autarquia de 2009 a 2016 e que está acusado de 142 crimes.
O ex-autarca é um dos 68 acusados (51 singulares e 17 coletivos), entre os quais se incluem 10 autarcas e ex-autarcas, nove quadros de municípios, quatro clubes desportivos e os seus respetivos presidentes, 20 empresários e 13 sociedades comerciais.
Em causa, estão factos relativos ao exercício dos municípios de Oliveira de Azeméis, Matosinhos, Gondomar, Estarreja e Albergaria-a-Velha, e também à atuação de um quadro da Direção Regional de Economia do Norte.
O despacho de acusação, datado de 06 de novembro, imputa aos arguidos 890 crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, peculato, abuso de poderes, tráfico de influências, falsificação de documentos, violação de segredo, participação económica em negócio, prevaricação e detenção de arma proibida.
A operação 'Ajuste Secreto' resultou de uma investigação que culminou em junho de 2017 com a detenção de sete pessoas, incluindo Hermínio Loureiro.
Após os interrogatórios judiciais, todos os detidos saíram em liberdade, mas seis deles tiveram de pagar cauções entre 15 e 60 mil euros.
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