O brasileiro Ronaldinho Gaúcho e o português Ricardo Quaresma capitanearam no domingo um jogo solidário entre personalidades dos dois países, que levou a Amadora à loucura, com casa cheia para ver as ‘estrelas’ em campo.

O resultado do encontro foi o que menos importou no Estádio José Gomes e, apesar do triunfo final da equipa de Portugal por 10-6, a festa foi sobretudo brasileira, com as bancadas do recinto da Reboleira repleta de camisolas alusivas ao país ‘canarinho’ e a Ronaldinho, a estrela maior de uma constelação de ex-jogadores de Brasil ou Portugal.

“Muito feliz de estar aqui, vai ser uma grande festa. Nós sempre procuramos ajudar da melhor forma e estou muito feliz de estar a jogar num estádio lotado, com tanta gente a apoiar”, apontou Ronaldinho Gaúcho, ainda antes do início do encontro na Amadora.

Em festa durante os 90 minutos, com tambores ao ritmo brasileiro a ditar o ritmo, que, dentro de campo, já não era à mesma velocidade de outrora, os adeptos presentes nas bancadas procuravam sempre autógrafos e fotografias com craques de outra geração.

“É sempre um prazer voltar a jogar e rever jogadores com quem joguei na carreira. O mais importante é dar alegrias a estes adeptos e ajudar quem precisa”, afirmou, por sua vez, Ricardo Quaresma, no final do duelo, enquanto ‘fugia’ das invasões de campo.

Foram vários os adeptos que saltaram para dentro do recinto de jogo assim que o final da partida foi anunciado pelo ex-árbitro Bruno Paixão, mas, mesmo ao intervalo, houve invasões de campo, que ignoravam os inúmeros pedidos do ‘speaker’ para não o fazer.

Mário Jardel, que ‘recuou’ no tempo por alguns segundos ao apontar um grande golo contra o amigo Nélson Pereira, foi outra das grandes figuras presentes neste encontro.

“Muito feliz de voltar a Portugal e de poder oferecer alegria às pessoas. Infelizmente, o tempo passa e estou a ficar velho, mas a minha educação física e lazer é efetuar estes jogos. Portugal é a minha segunda casa, eu tenho uma história muito bonita no futebol português e visitar Portugal é uma coisa que me deixa muito feliz”, frisou o ‘matador’.

Do lado do Brasil, os ex-‘leões’ Anderson Polga e Roberto Assis – irmão de Ronaldinho – e o ex-Benfica Edílson também jogaram, ao lado de nomes como Maicon, Edmilson, Luizão, Cláudio Caçapa ou Gamarra, entre outros, que fizeram as delícias dos adeptos.

“É maravilhoso voltar a Portugal e a este estádio, onde passei muito bons momentos. O povo português sempre nos recebeu com muito carinho, estava a demorar a fazer este evento cá em Portugal, mas aconteceu agora e estamos muito felizes”, salientou Assis.

Do lado português, alinharam ainda Nélson, Daniel Carriço, Nuno Pinto, Madjer, Paulo Sérgio, Carlos Martins, Carlitos, Meyong, Oceano, Chaínho, Luís Lourenço ou Edinho, e também os cantores Nininho Vaz Maia, Fradique Mendes Ferreira (Calema), Miguel Cristovinho (D.A.M.A.) e Filipe Gonçalves, o ator José Condessa e mais influenciadores.

“Sofrer um golo de penálti do Ronaldinho não é demérito para ninguém. É uma honra estar presente com toda esta gente a fazer um jogo solidário. O grande golo ou defesa feita neste jogo será a receita final dos bilhetes vendidos”, considerou Nélson Pereira.

O guarda-redes revelou ainda que apenas jogou a primeira parte por ter um problema na anca e, numa saída da baliza, ficou preso no relvado e foi obrigado a abandonar, ao passo que Carlos Martins ainda mostrou estar em forma a comandar o meio-campo.

“É sempre bom voltar aos relvados. Há algum tempo que não jogava e foi o reencontro com amigos que já não via há muito tempo, especialmente o Polga, já há muitos anos que não o via. É uma sensação muito boa e foi um grande jogo”, afirmou o ex-jogador.